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Política

CPI diz que crise é soma de erros de gestão e contratações exageradas

Lidiane Kober | 15/07/2015 18:13
CPI realizou hoje a nona oitiva e começa a divulgar as primeiras constatações (Foto: Vanessa Tamires)
CPI realizou hoje a nona oitiva e começa a divulgar as primeiras constatações (Foto: Vanessa Tamires)

Após 72 dias de trabalho e nove oitivas, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Contas Públicas, instalada na Câmara Municipal para investigar a crise da Prefeitura de Campo Grande, começa a divulgar as primeiras conclusões. Para os vereadores, a dificuldade financeira é soma de erros de gestão associada a contratações exageradas.

Nesta quarta-feira (15), ocorreu o nono depoimento e a interrogada da vez foi a diretora-presidente da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Beth Félix e, por incrível que pareça, o que mais chamou a atenção dos membros da CPI foi o domínio dela sobre as contas e ações da secretaria.

“Entre os ouvidos pela comissão, ela é a que mais conhece a pasta que administra, trouxe levantamentos, apresentou dados”, disse o presidente da CPI, vereador Eduardo Romero (PTdoB).

A mesma conclusão chegou a vereadora Thaís Helena (PT), integrante da comissão. “Ela mostrou que conhece a pasta, tem o domínio da situação financeira. Isso já é muito importante, porque a maioria que passou por aqui nem sequer sabe diferenciar despesa de receita”, comentou.

Como exemplo, a petista citou algumas situações que considerou no mínimo curiosas. “A diretora da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) veio à CPI das Contas Públicas para explicar o que é o SUS, veio com um relatóio de atividades e deixou a desejar no quesito números”, exemplificou.

Já o secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, segundo a vereadora, disse à CPI que “não acreditava que iria ter crise”. Outro que surpreendeu Thais Helena foi o diretor da Funsat (Fundação Municipal de Trabalho).

“Ele (Cícero Ávila de Lima) afirmou que o Proinc (Programa de Inclusão Profissional) gastou R$ 6 milhões em 2014, o dobro que no ano anterior e que estava gastando R$ 1 milhão por mês, em 2015, mas que a fonte não era a Funsat, que o recurso vinha do Tesouro. Não tem planejamento integrado, não tem critério da gestão como um todo”, avaliou a vereadora.

Vice-presidente da CPI, o vereador Paulo Pedra (PDT), não culpa só os secretários pela crise. “O município vai muito bem obrigado, as receitas cresceram mais de 10%, o que falta é gestão do coração da prefeitura”, afirmou.

Exagero nas contratações – Além dos erros de gestão, a CPI atribui à crise financeira a exagero nas contratações no ano passado. Só na Agetran, os comissionados quase dobraram de 2013 para 2014. Eram 31, em 2013 e 61, no ano passado. Hoje, a pasta tem 48 comissionados.

Na Funsat, em 2013, eles somavam 17 servidores, em 2014 o número subiu para 24 e agora somam 19. Em depoimento à CPI, o secretário municipal de Administração, Wilson do Prado, informou que, em 2011, eram 745 comissionados, impacto de R$ 2,5 milhões na folha. Em 2015, os 1073 representam gasto de R$ 5,04 milhões, simplesmente o dobro. A maioria deles, de acordo com a CPI, foi contratado em 2014.

“Chegou em dezembro de 2014 não tinham dinheiro para pagar o décimo terceiro salários dos servidores, então lançaram mão de IPTU antecipado e começaram a usar receita de 2015 para pagar contas do exercício anterior. Aí, começou a bola de neve”, constatou a vereadora Thais Helena.

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