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Política

De carona, Monje faz campanha mambembe e para trabalhador

Aline dos Santos | 24/07/2014 15:40
Monje defende candidatura operária, voltada para a classe trabalhadora. (Foto: Marcelo Calazans)
Monje defende candidatura operária, voltada para a classe trabalhadora. (Foto: Marcelo Calazans)

Duas cidades visitadas, três carros emprestados, um minuto de programa eleitoral e previsão de gastar até R$ 161 mil.

Os números enxutos contrastam com a extensão das ideias de Marco Antonio Oliva Monje, o Professor Monje, candidato do PSTU ao governo de Mato Grosso do Sul. Homem de partido, faz uma apresentação que não deixa dúvidas.

“O PSTU é marxista, de esquerda, que propõe a tomada do poder pelos trabalhadores”, afirma sobre a sigla a qual se filiou após ser expulso do PT.

Depois de ser candidato a senador e prefeito de Corumbá, Monje se lançou à disputa do cargo político mais importante do Estado. Enquanto postulantes ao mesmo postos planejam gastar milhões, a campanha do PSTU segue em ritmo mambembe.

A campanha foi liberada desde 6 de julho. Porém, o candidato cita visita a três das 79 cidade do Estado: Corumbá, onde mora, Ladário, que fica ao lado de Corumbá, e Campo Grande. “O fundamental é que é uma candidatura operária, voltada para a classe trabalhadora”, salienta.

Para cumprir compromisso de campanha hoje na Capital, veio de carona. E é assim que pretende chegar a pelo menos Dourados e Três Lagoas, maiores cidades do Estado.

Em Campo Grande, o deslocamento é feito com três carros cedidos. Um do candidato a vice Suél Ferranti, que fez questão declarar à Justiça Eleitoral que também é dono de uma bicicleta ano 1979, e de dois militantes do PSTU.

No financiamento da campanha, só entra dinheiro dos correligionários, amigos e parentes. Segundo o candidato, a militância colabora com doação em dinheiro ou trabalho. “A gente também busca nas relações familiares, primo, tio, esposa. Os nossos laços familiares”, afirma Monje.

Por princípio, o partido não aceita dinheiro de empresa, latifúndio, banqueiro e patrões. O temor é se enredar na política de favores. “O gasto do PSTU na campanha em Corumbá não chegou a R$ 1.500. Em Campo Grande, não chegou a R$ 3.500. É campanha simples, honesta”, diz o candidato a governador.

Para o horário eleitoral, dois vídeos caseiros foram garantidos com a solidariedade de amigos. A preocupação agora é o sistema operacional das emissoaras de TV, o partido não tem recuros para produções com nova tecnologia. Já a grande vitrine, os debates eleitorais na televisão, é vetado ao PSTU, que não tem representante no Congresso Nacional.

Caso o professor da rede municipal de Corumbá há 25 anos seja governador a partir de 2015, o primeiro passo será suspender o pagamento da dívida com o governo federal.

"O PSTU é marxista, de esquerda, que propõe a tomada do poder pelos trabalhadores”, diz Monje (Foto: Marcelo Calazans)
"O PSTU é marxista, de esquerda, que propõe a tomada do poder pelos trabalhadores”, diz Monje (Foto: Marcelo Calazans)

“Sempre perguntam de onde vamos tirar dinheiro para atender toda a população? O governo do Estado gasta em torno de 15% a 17% do seu orçamento para pagamento de divida. E por incrível que pareça, ela tem aumentado assustadoramente. Precisamos saber como despende tanto dinheiro e a dívida vem aumentando, alguma coisa está errada. Essa dívida já foi paga. Assim vamos garantir para toda a população que esses recursos sejam investidos na saúde, esporte, educação, áreas sociais”, afirma.

Monje tem 52 anos, é casado, tem dois filhos e declarou patrimônio de R$ 163 mil. O salário bruto mensal (sem desconto) é de R$ 10 mil. Suél Ferranti é servidor federal e declarou patrimônio de R$ 111 mil.

A remuneração mensal é de R$ 4.955, contando com vale transporte e tíquete alimentação, benefícios que são suspensos quando se afasta para a campanha. Caso eleitos, os salários pelo cargo são doados do PSTU. Ao fim da entrevista, o tema foi o almoço de hoje, que seria preparado pelos próprios candidatos.

O fundamental é que é uma candidatura operária, voltada para a classe trabalhadora”, diz Monje, ao lado de Suel (de óculos), sobre a campanha modesta (Foto: Marcelo Calazans)
O fundamental é que é uma candidatura operária, voltada para a classe trabalhadora”, diz Monje, ao lado de Suel (de óculos), sobre a campanha modesta (Foto: Marcelo Calazans)
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