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Política

Deco vai investigar grampo telefônico que envolve deputados estaduais

Luana Rodrigues | 03/11/2016 11:58
Deputado estadual Paulo Corrêa, do PR. (Foto: Victor Chileno e Roberto Higa/ALMS)
Deputado estadual Paulo Corrêa, do PR. (Foto: Victor Chileno e Roberto Higa/ALMS)

A Deco (Delegacia Especializada em Crime Organizado) iniciou, na manhã desta quinta-feira (3), investigação sobre a legalidade de grampo telefônico envolvendo os deputados estaduais Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB).

Na gravação, os deputados falam sobre possibilidade de fraudar folhas de pontos de funcionários da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

A investigação ocorre após denúncia feito por Corrêa junto à Polícia Civil de que a ligação foi interceptada de maneira criminosa. O áudio teria sido gravado em junho de 2015.

Na manhã de hoje, Corrêa reafirmou que em nenhum momento falou em funcionário fantasma durante a ligação para o colega. Também lamentou que estejam distorcendo o conteúdo do que foi dito. “Isso é uma invenção, especulação maldosa e que nunca foi tratada naquele telefonema”, considera.

O deputado admite que durante esta conversa por telefone, que era informal, utilizou de forma “inadequada” o termo 'fictício', quando na verdade deveria ter empregado as palavras “literal” ou “anotado”, para que o colega deputado fizesse o controle de forma manuscrita, atestando a frequência de seus servidores.

"Minha intenção doi orientá-lo a regularizar as folhas de ponto dos servidores do seu gabinete, com a finalidade de evistar dúvidas quanto à frequência do seu pessoal", esclarece.

Extorção - Questionado sobre os grampos, o deputado Felipe Orro afirmou na semana passada que recebeu a notícia já com o pastor Jairo Fernandes, autor das interceptações, tentando vender a gravação da ligação do colega em troca do silêncio. Inclusive, teria ido à Assembleia Legislativa com este objetivo. "Mas não quis recebê-lo", afirma o deputado.

Ao Campo Grande News, o pastor confirma ser o autor da denúncia ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), que resultou na investigação de fraude na folha de ponto da assembleia, mas negou que tenha tentado extorquir os parlamentares em troca de silêncio.

No Gaeco, a investigação também é mantida sob sigilo. A assessoria de comunicação confirmou a abertura do inquérito, mas disse que a instituição só se pronunciará no fim das apurações.

A legitimidade das interceptações será investigada pela delegada titular da Deco, Ana Claudia Medina. O Campo Grande News tentou falar com a delegada, mas as ligações não foram atendidas até o fechamento desta reportagem.

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