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Política

Delcídio aciona Polícia Federal para investigar golpes

Redação | 17/03/2009 12:28

O senador Delcídio do Amaral (PT) afirmou que em novembro do ano passado comunicou ao secretário de Habitação do Estado, Carlos Marun, sobre um suposto golpe relacionando o nome dele com a aquisição de casas próprias. Segundo o senador, o ofício foi entregue a Marun no dia 27 de novembro.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, após denúncias feitas por Ademar Pereira Mariano, 34 anos, preso no fim da noite de sábado, na BR-262, em Terenos. Na versão de Ademar à PRF (Polícia Rodoviária Federal), os golpes eram aplicados utilizando o nome de Delcídio, a mando do deputado federal Vander Loubet (PT).

"Eu comuniquei e esqueci", revela Delcídio, que disse ter sido surpreendido com a prisão de Ademar, quem ele definiu como um "agente político". "Sempre tive uma impressão boa do Ademar. Me surpreendi com o que vi. Me surpreendi com as declarações dele. O Ademar é uma pessoa política, que freqüenta muitos gabinetes", declarou.

Delcídio explica que a família dele ajudou Ademar, com emprego no Centro de Convivência Miguel Gomes, em Aquidauana, de atendimento a idosos. "Eu mesmo tive contatos com o Ademar em um determinado momento difícil que ele enfrentou. Minha própria mãe o ajudou. Ele atendia os idosos lá [na casa do idoso]. Minha mãe tinha uma atenção muito grande com ele. Sempre o ajudou, isso em 2001, eu não era nem candidato".

Ainda com Ademar atuando na administração do centro, o suplente do senador Delcídio, o empresário Antônio João Hugo Rodrigues, foi, inclusive, homenageado com título de benfeitor da entidade.

Depoimento - Segundo as declarações de Ademar à PRF, os "vendedores" falavam aos "clientes" que caso pagassem determinada quantia, conseguiriam as casas através da influência do senador. Conforme ele, foi o deputado Vander quem mandou fazer o esquema e utilizar o nome de Delcídio, por conta da eleição do diretório do PT, que acontecerá em novembro.

"Se isto realmente aconteceu é lamentável. Pobre da nossa política, onde eventualmente querem vencer pleitos ganhando jogos no vestiário. Não posso fazer acusação nenhuma. Não sou leviano. Mas eu quero que essa apuração seja rigorosa". "Até que ponto isso tem de policialesco ou até que ponto isso tem de político", disse Delcídio, informando que já pediu que a PF (Polícia Federal) entre no caso e também conversou com o governador André Puccinelli (PMDB).

"Eu tomei as providências desde ontem. Acionei a Polícia Federal, porque um senador da República aciona naturalmente a PF. E ao mesmo tempo conversei com o governador, conversei com o secretário de Segurança [Wantuir Jacini] para apurar isso com rigor", explicou o senador.

Foram encaminhados ofícios de Delcídio para Wantuir Jacini e também para o superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, José Rita Martins Lara.

Para ele, o caso só veio à tona por causa da prisão de Ademar. "Vamos levantar mais profundamente as informações. Saber se meu nome já circulava, saber porque ninguém me disse nada e acho que agora, em função desse fato inusitado, e inesperado, pelo menos por parte de alguns, nós vamos ter condições de esclarecer tudo".

Delcídio falou ainda que irá conversar sobre o caso com a PF, em Brasília, e irá discursar em plenário. "Vou fazer discurso em plenário, abordando esse tema para que não haja nenhuma dúvida com relação a minha intenção de ir fundo nessa investigação".

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