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Política

Delcídio volta hoje ao Senado e deve usar o corpo a corpo para se defender

Antonio Marques | 22/02/2016 09:04
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) durante pronunciamento no plenário do Senado Federal (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado/Arquivo)
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) durante pronunciamento no plenário do Senado Federal (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado/Arquivo)

O senador Delcídio do Amaral (PT) volta ao Senado hoje, 22, e vai concentrar esforço em se defender das acusações que o levaram a ficar quase 90 dias na prisão, acusado de tentar interferir nas investigações da operação Lava Jato. O senador deve ocupar a Tribuna nesta terça-feira, 23, para um pronunciamento em que pretende esclarecer os motivos que o levaram à condição de preso. Além disso, o corpo a corpo com os colegas também pode ser uma estratégia para evitar a cassação no Conselho de Ética.

Conforme pessoas próximas do senador, a maior preocupação dele neste momento é fazer sua defesa pessoalmente para evitar a cassação do seu mandato e a condenação pela denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) de cometer crime de impedir e embaraçar a investigação penal.

Em seu pronunciamento, o senador sul-mato-grossense deve dizer ser inocente, que foi vítima de uma armadilha e que em nenhum momento procurou os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir interferência em relação à delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Delcídio também deve fazer o corpo a corpo com os colegas no Senado, na tentativa de convencê-los de sua inocência no processo.

Delcídio retoma a rotina de trabalho em seu gabinete nesta segunda-feira e deve se dedicar a conclusão do pronunciamento que fará na sessão desta terça-feira, 23. O escritório político em Campo Grande também retoma as atividades normais nesta semana e passa a funcionar na Rua Maranhão, na Vila Célia.

Cassação – O fato de poder fazer a defesa pessoalmente pode reverter a situação desfavorável no Conselho de Ética do Senado, que ser reúne na próxima quarta-feira, 24, para analisar o pedido dos advogados de Delcídio pela destituição do senador Ataídes Oliveria (PSDB-TO) da relatoria da ação contra o petista.

A defesa de Delcídio do Amaral alega que o responsável pela decisão de abrir um processo de cassação pertence a um partido que assinou a representação. Ataídes Oliveira já teria declarado que não se sente impedido de proferir o parecer. O presidente do conselho, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), por sua vez, afirmou que a decisão será dos os integrantes do colegiado.

De volta ao Senado, Delcídio vai ter a oportunidade de conversar com seus colegas individualmente e tentar esclarecer os fatos veiculados na imprensa no período em que esteve preso em Brasília. O fato do senador sul-mato-grossense ter boa relação com seus pares, independente das questões partidárias, pode lhe favorecer e até evitar abertura de processo de cassação.

O presidente do Conselho de Ética já declarou que vai conversar com os senadores do conselho e que pretende encaminhar a decisão sobre a troca do relator ao plenário do Conselho de Ética.

Caso o conselho decida pela troca de relator, o prazo para análise da defesa prévia já apresentada pelos advogados de Delcídio do Amaral será reiniciado. João Alberto também disse que a soltura do senador não altera o andamento do processo no conselho. Ao citar o caso de outros parlamentares já investigados pelo conselho, João Alberto negou que possa haver constrangimento em eventuais encontros de Delcídio com os integrantes do conselho.

A expectativa é que o pronunciamento de Delcídio nesta terça-feira possa esclarecer realmente o episódio que o levou à prisão por 86 dias. O senador também vai precisar convencer seus correligionários do PT para evitar a expulsão. Ele já teria declarado a amigos que não pretende deixar a legenda.

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