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Política

Deputado entra em Curso de Direito graças ao sistema de cotas e cria polêmica

Vania Galceran | 24/12/2014 16:24
Deputado Geraldo entra em curso de Direito da UFGD. (Foto: Arquivo)
Deputado Geraldo entra em curso de Direito da UFGD. (Foto: Arquivo)

O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) vai começar 2015 como calouro no segundo curso mais concorrido das universidades no País. Ele garantiu o acesso por meio das cotas, por ter cursado o Ensino Médio em escola pública, e se tornou alvo de duras críticas após comemorar o feito em sua página na rede social facebook. Em sua página no facebook, ele publicou ontem:

“Quero dividir com todos os amigos do Facebook minha alegria pela aprovação em Direito, no Vestibular 2015 da UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados. Mais uma vitória que atribuo à sólida formação que obtive por ter sido aluno da Escola Estadual Presidente Vargas, onde cursei os atuais ensino fundamental e médio. Nunca é tarde para adquirir novos conhecimentos e conquistar novos horizontes... curso de Direito em 2015... lá vamos nós!”, postou.

O deputado foi hostilizado por internautas que questionaram a aprovação obtida por meio da política de cotas. “Se é deputado deveria pagar uma particular e deixar a cota pra quem não tem condições. Fica a dica”, postou um dos seus seguidores.

As reclamações foram muitas: “A imoralidade está em se beneficiar de algo que não precisa, tirando a oportunidade de outras pessoas. Quem sabe você não poderia solicitar o bolsa família também”.

A maioria não critica a legalidade, mas o aspecto moral. “Passou pela cota senhor Deputado??? Deveria se envergonhar por ter tirado uma vaga de quem realmente precise...(sic). Uma pessoa carente acaba de perder uma vaga em uma Federal pra um sujeito que ganha uns 30 mil por mês... Moralmente reprovável”.

Ao site Dourados News, o parlamentar, que está em pleno exercício de mandato, comentou a polêmica criada em torno da aprovação na universidade e rebateu as críticas ao fato de ter se inscrito no vestibular 2015 por meio da política de cotas sociais.

“Qual é o problema? Qualquer brasileiro que se encaixe nos critérios da política de cotas tem o direito de se inscrever no vestibular por meio dessa modalidade. Não entendo essa polêmica, já que a cota é para todos que estejam dentro dos critérios. Se estão criando polêmica talvez sejam pessoas que não conhecem minha história e que querem arrumar qualquer motivo para criticar político”, disse.

Sobre o Deputado - Nascido na cidade de Córrego Dantas, Minas Gerais, Geraldo, 59, é formado em medicina pela UFCE (Universidade Federal do Ceará) e possui especialização pela Escola de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Obstetra, exerceu a profissão em Dourados antes de tornar-se político.

“Estudei a minha vida toda em escola pública, passei por muitas dificuldades na minha vida que consegui superar estudando e me sinto plenamente apto a concorrer por meio da cota como qualquer brasileiro. Gosto de desafios, por isso me inscrevi no curso de Direito que é uma vontade muito antiga minha. Acho que agrega muito a minha função política. Meu objetivo é melhorar ainda mais minha formação e ser um exemplo para os mais velhos, de que nunca é tarde para estudar e também aos meus colegas de política, de que é sempre bom buscar coisas que agreguem à nossa função”.

Sobre o questionamento se seria ou não possível conciliar a carreira política com a vida acadêmica, o parlamentar foi taxativo e disse que “quem quer faz acontecer”.

Dos 32 cursos de graduação ofertados pela UFGD, o curso de Direito teve a segunda maior concorrência no vestibular 2015, com 45 alunos concorrendo a um total de 27 vagas, ficando atrás apenas do curso de Medicina, que teve uma concorrência de quase 100 alunos disputando 40 vagas.

Conforme informação do próprio MEC (Ministério da Educação), todas as universidades e Institutos Federais são obrigadas a reservar 25%, ou seja, 1/4 das suas vagas para alunos das escolas públicas. Destas vagas reservadas para a escola pública, metade será destinada para estudantes com renda mensal familiar até um salario mínimo e meio. O preenchimento das vagas deve levar em conta ainda critérios de cor ou raça, seguindo dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A determinação é prevista na Lei nº 12.711/2012.

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