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Política

Deputados apontam "erro" de Bernal que gerou crise política na Capital

Jessica Benitez | 20/03/2013 14:11
Deputados analisam crise no município (Wagner Guimarães/Divulgação)
Deputados analisam crise no município (Wagner Guimarães/Divulgação)

Quando o assunto é relacionamento entre Executivo e Legislativo municipal a opinião de grande parte dos deputados estaduais é a mesma: falta de diálogo. Para os parlamentares o maior erro do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), é seu individualismo que acaba refletindo na Câmara Municipal, Poder ligado diretamente à prefeitura. Até mesmo quem esteve e quem ainda está ao lado do progressista assume que o prefeito precisa se abrir à conversação.

Para o deputado estadual e líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Rinaldo Modesto, o isolamento de Bernal só vai prejudicá-lo. Ele explica que, embora os tucanos tenham o apoiado durante o segundo turno da eleição no ano passado, a sigla desistiu da parceria justamente pela ausência de diálogo entre o partido e o Executivo. Rinaldo chegou a citar várias figuras históricas que tiveram postura semelhante à de Bernal e, no fim, se frustraram.

“Temos vários exemplos de que não dá certo. O Rei Saul, Nabucodonosor, Herodes, (Muamar) Kadafi, são provas de que ninguém consegue governar sozinho”, opinou. Ele também comparou o gestor ao ex-presidente da República e senador, Fernando Collor de Mello (PTB/AL), como o ex-governador e vereador da Capital, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, já havia feito. “Collor bateu de frente com o Legislativo e olha no que deu”, avaliou. Para finalizar o tucano resumiu, “fico triste por ter ajudado (a eleger Bernal) e ele ter este comportamento”.

Mesmo estando ao lado do prefeito, o deputado estadual e líder do PT na Casa de Leis, Laerte Tetila (PT), acredita ser necessária a nomeação de um secretário de Governo, alguém que possa auxiliar o progressista no diálogo político. “Filhote de ave sempre cai nos primeiros voos. Administração é plural e, por isso, ele precisa alguém com capacidade técnica para ajudá-lo”, reconheceu o petista.

Integrante da bancada peemedebista, o deputado estadual Eduardo Rocha está entre os que reprovam as ações adotadas pelo prefeito quando o assunto é relacionamento político. “O prefeito deveria abrir diálogo, respeitar a classe política e terminar de montar sua equipe de governo”, sugeriu. Rocha avalia que o grande problema é Bernal ainda não ter esquecido a eleição passada. “Está na hora de esquecer eleição e revanchismo. É preciso trabalhar”, disse.

Reação em cadeia - Ontem pela manhã o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) ocupou a tribuna durante sessão na Assembleia Legislativa por 30 minutos, com discurso repleto de duras críticas ao prefeito de Campo Grande. Absolutamente nenhum deputado defendeu Bernal, nem mesmo parlamentares do PT. Já na Câmara Municipal o chefe do Executivo foi alvo de moção de repúdio devido ao tratamento dado por ele aos vereadores da Capital. Querendo ou não, o progressista ficará na história da Casa, pois é o primeiro prefeito a ser repudiado pelo Legislativo.

Em sua página oficial no Facebook, Bernal considerou a moção irrelevante. “Não podemos perder tempo com polêmicas sem sentido. Não podemos nos dar ao luxo de perder tempo com assuntos irrelevantes. Não vamos nos deixar levar por assuntos pequenos” respondeu ao Legislativo em sua postagem na rede social.

Diante do descaso declarado pelo chefe do Executivo, o deputado Marquinhos ratificou suas críticas. “Ele achou sem importância porque menospreza os vereadores. O que ele esquece é que esses mesmos vereadores foram eleitos pelos menos eleitores que também o elegeram. É preciso ouvir o soar do alarme”, analisou o peemedebista.

O presidente da Câmara, vereador Mario Cesar, deve, ainda, convocá-lo a prestar esclarecimento de seus atos e críticas disparadas contra os vereadores considerados ‘adversários’ porque não compõem a base aliada a ele na Casa.

Além do legislativo, o prefeito é alvo de vários inquéritos abertos pelo MPE (Ministério Público Estadual). A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público apura sinais de enriquecimento ilícito do prefeito (tendo como base a compra de um apartamento de luxo avaliado em R$ 1,7 milhão), o gasto de valores sem autorização do legislativo municipal e a compra de combustível sem licitação.

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