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Política

Deputados concordam com fim de 14º e 15º, mas reclamam de gastos

Wendell Reis | 28/03/2012 13:24

Apesar de entender o corte, deputados alegam que a ajuda de custo é insuficiente para custear um mandato

Arroyo afirma que a ajuda é insuficiente para os 35 municípios que atende (Foto: Divulgação/Giuliano Lopes)
Arroyo afirma que a ajuda é insuficiente para os 35 municípios que atende (Foto: Divulgação/Giuliano Lopes)

Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul são favoráveis ao fim da ajuda de custo, também chamada de 14º e 15º salários. O decreto legislativo (PDS 71/2011) da senadora licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR), que limita o pagamento da ajuda de custo paga ao início e ao final do mandato parlamentar foi aprovado ontem pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado).

Caso seja aprovada, a lei também chegará ao Estado. Na Assembleia Legislativa, segundo o deputado Eduardo Rocha (PMDB), o valor já com o desconto é de R$ 14,5 mil. Este valor é pago no meio e fim de cada ano legislativo. Apesar de concordar com o corte, caso seja aprovado no Senado Federal, os deputados justificam que a “ajuda de custo”, como preferem chamar, é utilizada para cobrir gastos com o mandato.

O deputado Antônio Carlos Arroyo (PR) faz questão de ressaltar que o valor pago aos deputados é constitucional. Ele conta que antigamente as dificuldades com transporte eram maiores e concorda com a revisão do auxílio. Entretanto, faz questão de ressaltar que os deputados ainda possuem muitos gastos com a atividade política.

O deputado justifica que o dinheiro é utilizado para cobrir gastos com visitas ao interior. Para exemplificar, relata que atende 35 municípios e frequentemente é abordado com solicitações para conseguir médico, escola e até cesta básica. Para exemplificar, o deputado conta que chegou a vender seu avião para pagar gastos com a campanha.

Arroyo entende que ser deputado não é profissão e diz que continua com suas atividades de engenheiro e produtor rural. Ao ser indagado sobre o que vai fazer sem a verba, o deputado declarou que se não puder continuar, deixa de ser deputado. “Não vou ficar pagando para ser deputado”, garantiu.

O deputado Eduardo Rocha pensa diferente e justifica os gastos. Segundo ele, o dinheiro não é suficiente para cobrir todos os gastos. Como exemplo, cita despesas com financiamento de festas pelo interior do Estado e reuniões do partido. O deputado alega que o parlamentar que não atender aos pedidos não consegue se reeleger.

O deputado Junior Mochi (PMDB) entende que é possível sobreviver só com os subsídios, dizendo que deve-se seguir a regra de todos os trabalhadores brasileiros. Ele acredita que é possível se adequar as mudanças.

O deputado Márcio Monteiro (PSDB) também é favorável, caso o Congresso entenda que deve ser cortada. O deputado acredita que é preciso rever o valor. Como exemplo, cita a lei sobre reservas legais, que garantia a preservação em 1962 para que as pessoas que lá moravam conseguissem sobreviver, podendo, inclusive, cortar lenha. “As coisas mudam e evoluem”, explicou o deputado, concordando com Arroyo sobre os gastos com o mandato, diante dos vários pedidos de ajuda.

O deputado Paulo Duarte (PT) acredita que é preciso esclarecer alguns pontos, principalmente no que diz respeito a função do deputado estadual que, segundo ele, deve fiscalizar o poder executivo e elaborar projetos. Ele revela que o deputado acaba fazendo assistencialismo. “Os que criticam são os que procuram”, observou.

O deputado revela que o auxílio é destinado, por exemplo, para ajudar em festas de formatura, onde os deputados em vez de ser homenageado, são convidados para custear. “Geralmente com a banda”, ressaltou o deputado Londres Machado (PR), que está na Assembleia há 40 anos.

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