Deputados conseguem assinaturas para criar CPI do aborto
Deputados da Frente Parlamentar pela Vida, reuniram mais de 200 assinaturas e conseguiram o compromisso de criar na Câmara Federal a CPI do Aborto. Os deputados aguardam a instalação, no máximo, até março do próximo ano e já definiram que os primeiros depoimentos devem ser de mulheres que praticaram aborto na clínica de Neide Mota, em Campo Grande.
O processo desencadeado em mato grosso do Sul, com mais de 1.2 mil mulheres indiciadas, foi o estopim para o pedido de investigação, segundo o grupo, que é o mesmo responsável pela mobilização contra a liberação do uso de células tronco embrionárias em tratamentos no País.
A Comissão também deve investigar a partir de 2009 a venda clandestina e o contrabando de abortivos, como o Citotec, muito comum na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, e já apreendido por diversas vezes no Camelódromo da Capital sul-mato-grossense.
Também foi determinado como objetivo da CPI a apuração sobre a existência de uma rede de clínicas de aborto no Brasil e a quem esse negócio beneficia.
A bancada religiosa já adianta que se a Comissão não sair do papel, vai organizar manifestações na Esplanada dos Ministérios e organizar abaixo-assinado onde espera reunir mais de cinco milhões de assinaturas.
Para essa nova página da polêmica sobre o aborto no País, a expectativa é de nova revolta entre feministas e defensores dos direitos humanos que já estão articulados em defesa das mulheres envolvidas no inquérito aberto em Campo Grande, por terem sido atendidas por Neide Mota.