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Política

Dilma fala em injustiça e afirma que enfrentará processo sem se abater

Michel Faustino | 18/04/2016 17:13
Dilma Roussef se pronunciou pela primeira vez após aprovação do processo de impeachment pela Câmara nesta tarde. (Foto: Agência Brasil)
Dilma Roussef se pronunciou pela primeira vez após aprovação do processo de impeachment pela Câmara nesta tarde. (Foto: Agência Brasil)

A presidente Dilma Roussef (PT) falou pela primeira vez na tarde desta segunda-feira (18), durante pronunciamento transmitido pela NBR, sobre a decisão da Câmara de autorizar sequência do processo de impeachment no Senado. A petista negou que tenha cometido qualquer crime e, se dizendo injustiçada, garantiu que enfrentará o processo sem se abater.

Dilma adotou um discurso mais contido e falou sobre a denúncias que levaram a Câmara a instaurar processo de impedimento. A presidente voltou a dizer que o processo representa uma violência contra a verdade e contra o estado democrático no Brasil. Ela falou ainda em 'vingança'.

“Condenar um presidente sem que ele tenha culpa é um atentado contra a democracia. As razões que levaram a aceitação desse processo são infundadas. É uma espécie de vingança por não ter aceitado negocias votos dentro da Comissão de Ética. A imagem que foi transmitida para o mundo é de abuso de poder e descompromisso com a ética e falta de moral”, disse.

Ao repetir várias vezes a palavra injustiça, Dilma disse que poderia bater em apenas uma tecla, de que não há crime, mas afirmou que é importante porque “é a tecla da democracia”.

"Os atos pelos quais me acusam foram praticados por outros presidentes antes de mim e não foram considerados atos ilegais ou criminosos. Portanto, quando me sinto indignada e injustiçada, é porque a mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Atos baseados em pareceres técnicos. Nenhum deles beneficia a mim diretamente. Não são atos praticados para que eu enriquecesse indevidamente", afirmou.

A presidente destacou que sempre lutou pela democracia e continuará lutando por 'com todas as suas forças'. Ela ainda criticou o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

“Nenhum governo será legítimo sem que o seu representante seja eleito pelo povo. Não podemos chamar de impeachment uma tentativa de eleição indireta. E isso está acontecendo porquê aqueles que querem ascender o poder não tem votos para tal. Digo mais, é estarrecedor que um vice-presidente no exercício do seu mandato conspire contra a presidente abertamente.”, disse.

Fazendo menção indireta ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, ela afirmou que “aqueles que têm conta no exterior” presidiram o processo. Ela declarou que possui a “consciência” que não há ilegalidade nos atos que assinou e motivaram o pedido de impeachment.

"Não os fiz ilegalmente e baseado em nenhuma ilegalidade. Tenho certeza que sabem que é assim. Todos sabem que é assim", disse.

Impeachment - Os deputados aprovarem nesse domingo (17), por 367 votos, o prosseguimento do processo contra ela. Se a admissibilidade do afastamento for aprovada também pelos senadores, como foi na Câmara, a presidenta será afastada por até 180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si, e define se Dilma terá o mandato cassado.

Nesta segunda-feira (18), a presidenta recebeu líderes da base aliada na Câmara dos Deputados para debater estratégias. Após o encontro, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse hoje (18) que a luta para barrar o impeachment no Senado está “apenas começando”.

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