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Política

Dono de site presta depoimento por 4 horas ao Gaeco e diz que foi colaborar

Paulo Yafusso e Michel Faustino | 10/09/2015 20:38
Carlos Naegele deixa a sede do Gaeco, onde prestou depoimento durante toda a tarde (Foto: Fernando Antunes)
Carlos Naegele deixa a sede do Gaeco, onde prestou depoimento durante toda a tarde (Foto: Fernando Antunes)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) ouviu durante toda a tarde o dono do site Midiamax, Carlos Naegele, no procedimento referente a Operação Coffee Break, que investiga a compra de vereadores na cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP). Por 23 votos a 6, ele foi afastado da Prefeitura em março do ano passado e reassumiu no último dia 27, amparado por uma liminar concedida pela Justiça.

Naegele chegou à sede do Gaeco bem antes do horário marcado e saiu no início da noite. Ao deixar o local, afirmou que prestou depoimento na condição de testemunha, para colaborar com os promotores de Justiça que atuam no caso. “Durante 10 anos adotamos uma linha investigativa, questionando o uso dos recursos públicos. Saio daqui muito feliz por poder colaborar”, afirmou.

Carlos Naegele compareceu ao Gaeco acompanhado dos advogados Thiago Nascimento Lino e Josephino Ujacow. O último, um dos advogados mais conceituados do Estado e que divide escritório com Renê Siufi, outro advogado de grande conceito no meio jurídico.

Durante as quatro horas em que prestou depoimento aos promotores, Carlos Naegele também deu explicações sobre as conversas telefônicas mantidas com o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos. As escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça Federal, fazem parte da investigação da Operação Lama Asfáltica, que apura desvio de recursos federais em obras no Estado, mediante fraudes em licitações e corrupção de servidores estaduais.

Parte das escutas telefônicas foram compartilhadas com o MPE (Ministério Público Estadual), que criou uma Força Tarefa para investigar a Lama Asfáltica no âmbito estadual. Como nas interceptações alguns alvos tratavam da cassação do prefeito Alcides Bernal, o Gaeco assumiu essa investigação. Ao ser perguntado pelos jornalistas sobre a ligação dele com João Amorim e a cassação de Bernal, Naegele recomendou que lessem o site dele, onde haviam várias reportagens sobre o assunto. “Tudo que sei está publicado no meu jornal”, declarou.

João Amorim, de acordo com as investigações da Operação Lama Asfáltica, comandava uma organização que fraudava licitações e corrompia servidores, para desviar recursos federais na execução de obras. Ainda de acordo com os investigadores, ele também operou o esquema para cassar Alcides Bernal. Numa das interceptações, Amorim e Naegele fazem as contas de quantos vereadores votariam pela cassação do prefeito.

O MPE não revelou detalhes do depoimento de Carlos Naegele. O coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, também não atendeu as ligações.

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