"É passível de cassação", diz vereador sobre colega que inventou sequestro
A vereadora de Água de Clara, Marineide Queiroz Lino, de 48 anos, que inventou ter sido sequestrada, em Campo Grande, na última quinta-feira (17), pode ter o mandato cassado caso o fato acabe gerando processo. A informação é do presidente da Câmara de Vereadores, Valdeir Pedro de Carvalho.
De acordo com o vereador, a atitude da vereadora é passível de cassação já que é um exemplo de decoro parlamentar. “ Ainda estou me interando do ocorrido. A gente ainda está sabendo do aconteceu pela imprensa. Mas caso vire processo, ela pode ser cassada”, explicou Carvalho.
O presidente informa que aguarda uma explicação da vereadora durante sessão da Câmara na noite desta segunda-feira.
A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o marido da parlamentar. Ele disse apenas que a mulher está em estado de choque e que ela não irá se pronunciar sobre o ocorrido.
O caso veio à tona quando o filho de Marineide procurou a delegacia da cidade para relatar que a mãe havia sido sequestrada em Campo Grande. Ele disse aos policiais que o crime teria acontecido logo após a vereadora do PSD desembarcar de uma van, perto da antiga rodoviária da Capital, às 10h.
O rapaz recebeu dois pedidos de resgate feitos do telefone dela, por meio de mensagem. No primeiro, foram pedidos R$ 15 mil e no segundo R$ 5 mil. Ele fez o depósito na conta da mãe, conforme a pessoa que estava do outro lado da linha ordenou, e ela foi "liberada".
A filha da vereadora e uma equipe do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) foram até o local combinado para o resgate, próximo a Santa Casa, e encontraram a mulher. Os envolvidos foram encaminhados para a delegacia. Marineide acabou confessando que não houve sequestro e que induziu o filho ao erro. Ela disse que queria comover o rapaz para que ele lhe desse dinheiro para pagar dívidas atrasadas.
Logo após receber o dinheiro do suposto resgate, a vereadora fez uma transferência de R$ 1.500,00 para a conta de um credor.
Ela assinou um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) e foi liberada.
O caso ganhou grande repercussão na cidade. Segundo o prefeito do município, Edivaldo Alves, “não se fala em outro coisa em Água Clara”.