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Política

Em debate “morno” sem líder nas pesquisas, Monje e Sidney roubam a cena

Helio de Freitas, de Dourados | 26/09/2014 09:06
Debate realizado na noite desta quinta-feira em Dourados reuniu cinco dos seis candidatos ao governo (Foto: Divulgação/Grande FM)
Debate realizado na noite desta quinta-feira em Dourados reuniu cinco dos seis candidatos ao governo (Foto: Divulgação/Grande FM)

O debate entre os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul realizado na noite desta quinta-feira em Dourados teve poucos confrontos entre os cinco presentes e transcorreu em clima ameno. A ausência do líder nas pesquisas, Delcídio Amaral (PT), esfriou a expectativa de embates mais ríspidos entre os principais candidatos.

Poucos cabos eleitorais e alguns estudantes universitários se concentraram do lado de fora da reitoria da UFGD para acompanhar o debate pelo telão instalado na Rua João Rosa Góes, que foi interditada. Policiais e guardas municipais fizeram a segurança, mas quando o debate acabou os cabos eleitorais já tinham ido embora.

Durante pouco mais de três horas, Reinaldo Azambuja (PSDB), Nelsinho Trad (PMDB), Evander Vendramini (PP), Professor Monje (PSTU) e Sidney Melo (PSOL) fizeram perguntas entre si e responderam a questões feitas pelo mediador, Amarildo Ricci. O debate foi transmitido ao vivo pela rádio Grande FM.

Como as regras também limitavam os confrontos diretos – os candidatos só puderam fazer perguntas com base em sorteio – houve pouco embate entre Azambuja e Nelsinho e as declarações mais polêmicas foram feitas justamente pelos candidatos que aparecem nas últimas posições nas pesquisas: Monge e Sidney.

Ao criticar o tratamento dos governos federal e estadual para a agricultura familiar e os índios, Professor Monje sugeriu que Reinaldo Azambuja doasse parte de suas fazendas para trabalhadores sem terra.

A declaração gerou um pedido de direito de resposta do tucano, acatado pela organização. Reinaldo aproveitou o tempo para cobrar explicações sobre as denúncias de desvio de dinheiro da Petrobras. “Essas pessoas é que precisam se explicar para o povo brasileiro e devolver o dinheiro”.

Com boa parte do auditório ocupada por empresários e representantes do agronegócio, Monje defendeu a expropriação dos “grandes latifúndios” para entregar a terra a quem quer produzir alimentos.

Já o candidato do PSOL entrou em embate com Nelsinho Trad ao assumir que seu partido defende a descriminalização da maconha e chamar os centros de tratamento de dependentes químicos de “fábrica de doidos”.

“O discurso é muito fácil mesmo. Se os programas de combate ao uso de drogas, como o Proerd que o candidato Nelsinho citou, apresentassem resultado não estaríamos aqui falando de drogas. Colocar policial dentro da escola falando que o aluno vai ser preso se usar droga não resolve o problema. Tem que enfrentar como uma questão de saúde pública e prender os barões do tráfico, que não estão nos bairros da periferia”, afirmou Sidney Melo.

Evander Vendramini encerrou sua participação no debate destacando sua vice, Virgínia Magrini, que é de Dourados, e pediu para o eleitor não votar nos mesmos candidatos que governam o Estado há duas décadas. “Eles enganam as pessoas e depois fica tudo igual”.

Com boa parte do debate voltada para a segurança e saúde pública de Dourados, Nelsinho Trad aproveitou as considerações finais para prometer construir o hospital regional de Dourados e um centro de exames, prometeu devolver a autonomia financeira à Uems, aumentar o número de viaturas e colocar para trabalhar nas ruas os policiais que atualmente estão em serviços burocráticos. Também prometeu acabar com o ICMS garantido e rever o Fundersul.

Reinaldo Azambuja fechou sua participação no debate afirmando que o PSDB nunca governou Mato Grosso do Sul, “ao contrário do PT e do PMDB que estão no poder há 20 anos”. O tucano disse que o governo do Estado esqueceu Dourados ao incentivar o desenvolvimento de apenas uma região de Mato Grosso do Sul.

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