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Política

Em reunião da CPI da Petrobrás, Marun é voz solitária em defesa de Eduardo Cunha

Flavio Paes | 14/10/2015 21:35
Marun (ao centro) defesa veemente do presidente da
Câmara (Foto:Divulgação)
Marun (ao centro) defesa veemente do presidente da Câmara (Foto:Divulgação)

Bombardeado de um lado, por bancadas que pediram a sua renúncia, agora abandonado por parlamentares de oposição, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, encontrou no deputado federal Carlos Marun, uma voz solitária em sua defesa.

Na  reunião de hoje da CPI Petrobrás, enquanto o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) defendia que Cunha voltasse a depor, porque teria mentido na sua primeira aparição na Comissão, Marun pediu a palavra para defender Cunha. Para ele, o presidente da Câmara é "transformado no alvo principal das investigações e das acusações" enquanto "ele não é protagonista" no esquema de corrupção por não ter presidido a Petrobras ou o conselho de administração da estatal.

"Vazamentos seletivos querem levar o presidente desta Casa [Eduardo Cunha] a uma execração pública e ele não merece isso. [...] Se tem vazamento para um, tem que ter para outros. Aí não é vazamento, é divulgação e nós sabemos que tem muita gente sendo deixada para depois", afirmou Marun.

O clima no plenário esquentou quando o deputado João Gualberto (PSDB-BA) acusou o PSOL de ser "um partido auxiliar do PT" e que "pega no pé do Cunha", o que levou Valente a mandá-lo "calar a boca".

Documentos já enviados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça informam que Cunha tem 2,4 milhões de francos suíços (cerca de US$ 2,4 milhões ou R$ 9,3 milhões) no banco Julius Baer – e de que ele foi comunicado pelo autoridades suíças sobre o bloqueio de suas contas. Em depoimento à CPI, em março, o presidente da Câmara negou ter contas no exterior.

A discussão ocorreu momentos antes do início do depoimento do presidente da estatal, Aldemir Bendine, ao colegiado. Antes de Bendine iniciar sua fala, Ivan Valente disse que a CPI quer "fechar as portas" a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e defendeu que ele seja novamente ouvido pela comissão em função das denúncias recentes.

Valente ainda veiculou no plenário da CPI uma gravação de Cunha na qual o peemedebista disse à CPI que prestará novos depoimentos "quantas vezes for necessário [...] sem qualquer tipo de impedimento".

"O deputado Eduardo Cunha mentiu a esta CPI e mentir aqui é crime", disse Valente aos integrantes. O PSOL protocolou, no Conselho de Ética da Câmara, pedido de cassação de mandato de Cunha em razão das denúncias contra ele de que teria contas secretas na Suíça.

Após a fala de Valente, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT), disse que ouvir Bendine seria "mais importante" que a discussão em torno de Eduardo Cunha proposta pelo deputado do PSOL.

"Ivan [Valente], o seu partido entrou com representação no local adequado para se debater esta questão de quebra ou não de decoro parlamentar. Por isso, enquanto relator, defendi que nós não tivéssemos que ouvir nenhum dos parlamentares citados porque a Casa tem um local adequado para se debater este tema.

Na sequência, o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), interveio e pediu a Ivan Valente que ouvisse os demais parlamentares e não os interrompesse.

Como a CPI tem prazo para ser encerrada no próximo dia 23, o relator, deputado Luiz Sérgio, comunicou aos integrantes da comissão que pretende apresentar seu relatório na próxima segunda-feira (19), para que ele seja votado a tempo.

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