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Política

Empresas quase sem capital ganham contratos milionários de Bernal

Jéssica Benitez | 07/07/2013 11:03
Sem identificação, empresa contratada por R$ 1,5 milhão aparenta abandono (Foto: Cleber Gellio)
Sem identificação, empresa contratada por R$ 1,5 milhão aparenta abandono (Foto: Cleber Gellio)

Em seis meses de gestão progressista, pelo menos duas empresas contratadas pelo prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), têm capital social muito inferior à verba pública que devem receber pela serviço prestado ao Executivo. A Salute Distribuidora de Alimentos Ltda, com capital social de R$ 50 mil, terá pagamento total de R$ 1,5 milhão, sendo que para isso, sequer, ganhou licitação. Já a Mega Serv levará mais R$ 4 milhões para limpeza de postos de saúde, apesar de o capital ser de R$ 600 mil.

Aberta em 19 de abril deste ano, a Salute abocanhou 43 itens do “Processo n. 46837/2013-20”, conforme o Diogrande do dia 1° de julho, e acabou faturando o serviço para fornecimento de alimentos direcionados à SAS (Secretária Municipal de Assistência Social), totalizando valor superior a R$ 1,5 milhão. Ainda segundo publicação do Diário Oficial a contratação dispensou licitação e tinha como critério o menor preço.

Entre as entregas que deverão ser feitas pela prestadora de serviço, estão quase 20 mil quilos de frango, mais de 40 mil pacotes de biscoito, 46 mil quilos de feijão carioquinha, entre outros alimentos  que também devem ser entregues em grande demanda.

O que chama ainda mais atenção, além da enorme quantidade de produtos a ser fornecido por uma empresa com capital de giro tão enxuto, é o fato de a sede da Salute ser em uma pequena sala na região central de Campo Grande, na Rua das Garças, 372, sala 3, conforme endereço que consta na Receita Federal.

O lugar não tem identificação e, aparentemente, está parcialmente abandonado. O registro da Receita revela que não existe "título do estabelecimento" (nome fantasia). Na internet a empresa não possui pagina oficial para melhor informação do cliente, nem vestígio de registro em redes sociais.

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, vereador Paulo Siufi (PMDB), disse ao Campo Grande News que tal contratação será investigada pela comissão. “Talvez esse seja mais um motivo pelo qual ele (Bernal) não quis nos enviar toda a documentação solicitada”, disse o peemedebista.

A segunda empresa na onda das contratações “graúdas” feitas de forma emergencial é a Mega Serv de Dourados, portadora de um capital de giro estimado em R$ 600 mil. Ela foi contratada oficialmente no dia 09 de abril deste ano para limpar as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da Capital por seis meses, pela bagatela de R$ 4,4 milhões.

Anteriormente quem realizava o atendimento era a Total Serviços Gerais de Limpeza que foi obrigada a quebrar contrato com o Executivo por falta de pagamento. A prestadora teria ficado sem receber nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, acumulando crédito de 1,2 milhão.

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