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Política

Ex-inimigos, Antonio João e Puccinelli costuram aliança

Redação | 24/03/2010 13:22

Protagonistas durante anos de bate-boca judicial, pedidos de indenização por danos morais e troca de ofensas pessoais em público, o empresário da comunicação Antônio João Hugo Rodrigues (PTB), dono do jornal Correio do Estado, e o governador André Puccinelli (PMDB) começam a trocar de personagens neste ano de eleições e oficializam "as pazes".

Os dois posam mais próximos do que nunca, ao lado de "conselheiros", como o presidente da Assembléia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB) e o prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

Nos últimos 30 dias foram ao menos 3 reuniões para acertar aliança em prol da reeleição de Puccinelli, a primeira na casa de Nelsinho, a segunda no pesqueiro de Antônio João e a mais recente na casa de Jerson, ontem.

Da "conversa comprida", nas palavras do próprio empresário, vem a público detalhes de como será essa "virada", saindo direto do barco do adversário petista para o lado do PMDB.

Antônio João, suplente do senador Delcídio Amaral (PT), demonstra com clareza a troca de camisa, com reação agressiva a "elogios" de Zeca do PT, rival de Puccinelli, e gracejos ao antigo oponente Puccinelli.

Os adjetivos mudaram da água para vinho nas últimas semanas. Na Justiça, trechos do processo movido por Antônio João, contra André, lembram o nível da briga envolvendo os dois.

"Já ouviu o requerido (Puccinelli) utilizar a expressão a mentira é careca, baixinha e tem perna curta em um evento na Famasul e em uma entrevista para a TV Morena; acredita que o requerido tenha utilizado a mencionada expressão como resposta a matérias veiculadas no Jornal Correio do Estado e se referia ao requerente (Antônio João), detento das mesmas características físicas".

A expressão teria sido utilizada depois de inúmeras reportagens contrárias aos interesses de Puccinelli.

Além de dono do jornal Correio do Estado, Antônio João foi por anos responsável pelo extinto Diário da Serra, em Campo Grande. Na época, o adjetivo mais comum em referência ao então prefeito da Capital era "Pinóquio".

Já André, também recorreu à Justiça ao se sentir prejudicado por reportagens publicadas pelo Correio do Estado, quando concorreu ao governo contra o senador Delcídio do Amaral.

Pedido de indenização foi feito porque "o jornal visava impedir sua candidatura ao cargo de governador do Estado e alega até que o proprietário da empresa-ré seria suplente do senador que foi seu oponente", revela o processo.

Alheio ao que foi o passado, Antônio João tem comentado via twitter que as conversas com o grupo peemedebista têm sido produtivas. Já sobre a chances de apoiar Zeca, solta os cachorros em quem levanta tal possibilidade.

Zeca, que também já foi oponente ao empresário, alegando ter sido prejudicado em campanha para prefeitura em disputa com André, ainda tenta segurar o apoio do PTB.

Ele já procurou Antônio João, sugerindo a permanência dele no posto de suplente, o que também tem apoio de Delcídio Amaral.

Na prática, os sinais são totalmente favoráveis ao acordo com o PMDB. O principal veículo comandando por Antônio João, o Correio do Estado, voltou a exibir grandes anúncios de ações do governo estadual e receber as verbas de publicidades oficiais.

Não sei de nada - Líder do governo na Assembléia Legislativa, Youssif Domingos (PMDB) vê com naturalidade as conversações entre Puccinelli e Antônio João.

"Ele conversou primeiro com o Zeca, nada mais natural que converse também com o Puccinelli. Acho que é legítimo ele também estabelecer esse diálogo", declarou.

Questionado se esta conversa pode sinalizar apoio declarado do PTB ao PMDB, o líder do governo foi mais comedido.

"Em política a gente não fecha as portas, a gente abre. Não tem nada fechado, mas é um caminho para a aliança", detalhou.

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