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Política

Executivo da Odebrecht acusa Temer de receber propina de R$ 10 milhões

Nyelder Rodrigues | 09/12/2016 18:25
Delação coloca presidente na mira direta das investigações (Foto: Beto Barata/PR)
Delação coloca presidente na mira direta das investigações (Foto: Beto Barata/PR)

O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira Odebrecht, Cláudio Melo Filho, teria afirmado em delação na Operação Lava Jato que o presidente da República, Michel Temer (PMDB), pediu em 2014 a um dos sócios da empreiteira, Marcelo Odebrecht, o repasse de R$ 10 milhões.

Melo Filho é um dos 77 ex e atuais executivos da Odebrecht que fizeram acordo de delação com a Justiça Federal. A informação de que ele fez acusações contra Michel Temer durante o depoimento foi publicada nesta sexta-feira (9) pelos sites da Revista Veja e do Buzzfeed News.

A delação do executivo, que trabalhou por 12 anos na empreiteira, somou 82 páginas e revela que a empresa conseguiu, pagando valores milionários de propina para políticos das esferas legislativas e executivas do poder, vantagens em várias situações. No caso específico de Temer, Melo Filho diz que foi pago R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao atual chefe da Casa Civil do Governo Federal, Eliseu Padilha, braço direito de Temer já naquela época.

O documento ainda revela que parte do valor também foi repassado ao assessor especial José Yunes, amigo de Temer há 50 anos. Ministros, assessores e parlamentares da base de apoio à presidente cassada Dilma Rousseff (PT) também teriam recebido valores indevidos em outras negociatas, que envolveu o alto escalão de praticamente todos partidos políticos do Brasil.

Segundo o versão online do jornal O Estado de São Paulo, Marcelo Odecrecht teve dois encontros com Michel Temer, sendo que no primeiro, um jantar, ele estava acompanhado de Padilha, e no segundo estava com o também peemedebista Henrique Alves. Eles teriam pedido propina à empreiteira, dando em troca vantagens para executar uma obra.

Durante a delação, Melo Filho teria se munido de mensagens trocadas por e-mail, planilhas e extratos telefônicos como prova das afirmações feitas. Nos papéis apresentados, Odebrecht identifica os recebedores das propinas como "Justiça", "Boca Mole", "Caju", "Índio", "Caranguejo" e "Botafogo".

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