Gente comum conquista fama depois de campanha eleitoral
A campanha eleitoral em Mato Grosso do Sul manteve nomes conhecidos nas apostas de urna, mas sempre apresenta gente comum com nomes inusitados e bordões que ganham as ruas. O Campo Grande News conversou com duas "figuras" que pleiteam vagas no legislativo. Os personagens vão de um homem que faz questão de declarar a própria maluquice e outro que chega de trenó em dezembro.
O vereador de Paranaíba Maycol Henrique Queiroz Andrade, de 28 anos, deixou de ser reconhecido pelo nome de batismo. Em sua cidade, e em grande parte do Estado, o candidato a deputado federal pelo PDT virou o "Maico Doido". Depois de meses na televisão, hoje ele diz que é a sensação da criançada.
"Se as crianças de 10, 11, 12 anos votassem, eu seria o deputado federal com mais votos. Por isso, peço para eles incentivarem os pais a votarem em mim", conclama.
Quando decidiu disputar cadeira na Câmara dos Deputados, Maycol virou motivo de chacota. "As pessoas não acreditavam em mim, me revoltei e aí mandei o 'Tá tudo errado'", diz o jovem, reforçando a frase que virou seu bordão de campanha.
"O apelido veio desse meu jeito explosivo, de falar na cara, de dizer o que pensa. Sou assim mesmo", frisa com a voz entusiasmada.
Em seu primeiro mandato como vereador, Maico Doido conquistou o quarto lugar na eleição de 2008, com 1.004 votos. Antes da vida política, "Doido" vivia da venda de gado e cavalos em fazendas na região de Paranaíba.
Mesmo com a lida pesada do campo, Maycol tentou o ensino superior por três vezes. "Comecei Educação Física, mas não terminei por conta do excesso de faltas. Depois tentei Matemática, mas andava muito estressado e não conclui. Por último quis fazer Administração, mas estava muito cansado, por causa do trabalho", relata.
Em agosto deste ano, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) barrou o uso do nome "Doido" na campanha de Maycol. Ao tomar ciência da decisão do tribunal, o candidato se revoltou. "Eu sou conhecido pela minha revolta. Revolta por terem me barrado, sou revoltado com a situação do Estado, do governo", afirma o indignado.
Mesmo sem usar o nome que, segundo ele, ajudou a elegê-lo vereador em Paranaíba, Maycol saiu beneficiado. "Eles me impedirem de chamar de Doido e acabaram me ajudando. Quem não conhecia, passou a saber quem eu sou. Hoje, onde eu passo, vem umas 20, 30 crianças correndo e gritando 'Tá tudo errado'", conta Maycol.
De acordo com a última pesquisa do Ipems, Maico Doido aparece em 7° lugar na coligação A Força do Povo, a frente de "veteranos" como Elias Ishy e Coronel Azamor.
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