ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Política

Gino e Longhi também são indiciados por integrar esquema

Redação | 03/09/2010 11:20

Os vereadores Gino Ferreira (DEM) e Dirceu Longhi (PT), dois dos únicos três parlamentares que não foram presos pela operação Uragano, da Polícia Federal, também foram indiciados por integrar esquema de fraude em licitações e pagamento de propina em Dourados.

Por meio de nota à imprensa, a Polícia Federal frisou que os dois não compareceram à delegacia voluntariamente, mas foram conduzidos coercitivamente em razão de mandado judicial.

O jornalista Eleandro Passaia, que denunciou as fraudes, teve uma conversa com Gino no dia 29 de junho, e o assunto era uma licitação ganha por uma pessoa chamada Marisvaldo (possivelmente trata-se de Marisvaldo Zeuli, presidente do Sindicato Rural de Dourados e proprietário da empresa MS Medicamentos).

Segundo relatório da PF, o vereador reclamou com Passaia que o contrato ainda não tinha sido fechado.

Posteriormente, Gino pediu para o então secretário de governo viabilizar a efetivação de uma compensação de impostos junto à prefeitura. O vereador também disse a Passaia que "todos ganhariam com isso", inclusive ele (o próprio Gino) e o prefeito Ari Artuzi, que receberiam "vultuosas comissões" com o esquema.

Outra conversa entre Gino e Passaia gira em torno de uma possível venda da dívida ativa da prefeitura com o Banco do Brasil. Novamente ele fala em comissão se a negociação for consolidada.

O relatório diz ainda que Gino menciona, nas conversas com Passaia, que Sidlei Alves (DEM), presidente da Câmara, paga vantagens indevidas a outros vereadores.

Assim que as prisões foram decretadas, Gino compareceu à sede da PF e deu até entrevista à imprensa afirmando que veio "para ajudar a esclarecer os fatos". Também disse que iria colaborar para que "A justiça seja feita".

Longhi, por outro lado, disse a jornalistas que o trabalho da CPI da Saúde, proposta por ele, estava sendo atrapalhado devido a pressões vindas da prefeitura.

Entretanto, seu nome é citado no relatório da PF como integrante ativo do esquema. O documento diz que Longhi aceitou receber propina para "fazer uma oposição mais branda" e para que a administração do prefeito Ari Artuzi "não seja castigada pela CPI".

Passaia disse a Longhi que a propina era para que ele mudasse "a tática de enfrentamento". Segundo a Polícia Federal, ele já vinha recebendo dinheiro sujo da prefeitura há muito tempo.

No dia 29 de junho, o vereador Humberto Teixeira Júnior (PDT), também envolvido, disse em gravações feitas por Passaia que tentaria arranjar R$ 50 mil para Dirceu Longhi.

Com o indiciamento de mais dois vereadores, apenas uma parlamentar teve seu nome, pelo menos por enquanto, excluído do esquema de propina: Délia Razuk, do PMDB. O professor Idenor Machado (DEM) também não foi citado nas investigações, mas ele é suplente de Bambu e a previsão inicial é que ele fique no cargo por apenas 60 dias.

Os outros nove estão presos em Dourados, assim como quatro secretários municipais, advogados e empresários.

Nos siga no Google Notícias