ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Política

Grupo de advogados pede “renúncia coletiva” da Diretoria da OAB-MS

Josemil Arruda | 20/03/2014 15:50
Alexandre Bastos considera que atual Diretoria da OAB-MS é fruto de "caciquismo" (Foto: arquivo)
Alexandre Bastos considera que atual Diretoria da OAB-MS é fruto de "caciquismo" (Foto: arquivo)

Um grupo de 26 advogados está exigindo a “renúncia coletiva” da atual Diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS). Afirmando que o momento exige grandeza democrática e decisão radical e firme, esses advogados exigem: “Nada de afastamento unilateral desse ou daquele diretor! Renúncia coletiva é a saída honrosa que a advocacia e a sociedade merecem, e o que se espera dos homens e mulheres de bem que integram a atual gestão da OAB/MS”, diz um documento aprovado por eles.

O grupo se reuniu na semana passada e deliberou a favor da divulgação de uma Carta Aberta. Redigida pelo advogado Alexandre Bastos, que integra a oposição à atual Diretoria da OAB-MS e concorreu a presidente na última eleição da entidade, a carta foi divulgada nesta quinta-feira (20). O documento também é assinado por juristas conhecidos no Estado, como o procurador geral do Estado, Rafael Coldibelli, e os advogados Cerilo Casanta Calegaro Neto e Luciana Azambuja da Silva.

Para esse grupo, não basta a intervenção da OAB nacional para tirar do cargo o atual presidente da entidade no Estado, Júlio Cesar Rodrigues, como quer o restante da Diretoria da entidade. A crise na OAB-MS surgiu em razão de Júlio Cesar ter feito tratativas contratuais no ano passado com Alcides Bernal, então prefeito da Capital, para buscar a elevação do índice do ICMS.

Primeiro a oposição levantou o questionamento ético da conduta de Júlio Cesar, já que, como presidente da OAB-MS, poderia influenciar no julgamento de processos que correm na entidade contra Bernal, por sua atuação advocatícia, especialmente no caso da catadora de lixo Dilá de Souza.

Sob o título de “É preciso romper o silêncio”, a carta do grupo expõe a visão de que é “vergonhosa situação em que se encontra a representação dos advogados pela forma que vem agindo a diretoria da OAB/MS”. De honrosa guardiã da cidadania, de caixa de ressonância das lutas sociais e dos direitos humanos, a OAB do Mato Grosso do Sul teria se tornado “protagonista de escândalos na mídia pela falta de temperança de seus dirigentes, que a expuseram exacerbadamente”. E diz que hoje falta ética, compostura e respeito na entidade.

Na avaliação do grupo, enquanto os dirigentes se consomem em suas próprias vaidades e seus interesses pessoais, os advogados sofrem e a cidadania é tomada pela orfandade. “Não é de hoje que nós advogados livres denunciamos o modelo político adotado há décadas para definir o comando da OAB. A política dos grupos de “joão, maria e josés” está exaurida, pois não se pode tolerar mais que a definição de candidatos decorra apenas de interesses e projetos pessoais de um ou outro cacique que se acha investido do comando de tudo e de todos”, afirma a carta, alegando ainda que tudo que está ocorrendo com a atual diretoria foi alertado pelo grupo, quando afirmou para a comunidade jurídica que o “ajuntamento político” formado para eleger a atual diretoria era um “impuro e oportunista projeto de poder”.

Em seu repúdio ao que chama de “caciquismo”, o grupo condena a política de se “garantir espaço para abastados e apaniguados, que muito mais retiram da Ordem do que para ela doam”. Considera que é preciso uma Ordem que enfrente os desafios cotidianos da advocacia. “Logo, da nefasta gestão que a OAB/MS impõe aos advogados de Mato Grosso do Sul decorre a pior das penalidades: o descrédito diante dos Poderes e da Sociedade”, conclui o grupo.

Nos siga no Google Notícias