ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 21º

Política

Grupo de João Amorim fraudava declarações para sonegar impostos

Paulo Yafusso | 23/07/2015 16:26
Empresário João Amorim investigado pela Polícia Federal (Foto: Marcos Ermínio)
Empresário João Amorim investigado pela Polícia Federal (Foto: Marcos Ermínio)

Além de fraudar as medições dos serviços rodoviários e as licitações, o grupo comandado por João Alberto Krampe Amorim dos Santos burlava o fisco manipulando dados. Durante as investigações da Operação Lama Asfáltica, os técnicos encontraram indícios de fraude nas declarações do imposto de renda física e jurídica. A preocupação em “ajeitar” os informes não é só com a questão da malha fina da Receita Federal, mas também das empresas continuarem tendo condições de continuarem operando.

É o que fica claro na conversa telefônica entre a operadora financeira da organização de João Amorim, Elza Cristina dos Santos Amaral, e o contador que presta serviço para o grupo. Eles falam sobre a declaração dos lucros da Ase Participações e de João Amorim. Num dos trechos da gravação o contador diz: “Nós fizemos um informe de rendimentos da Proteco para o João...distribuindo quatro milhões e poucos lá de lucro”, e logo em seguida acrescenta que fez outro da Ase com o valor maior, de R$ 9 milhões.

O contador explica que será preciso fazer uma retificação na declaração do Imposto de Renda, para que a empresa possa continuar participando de licitação. “Então a gente, por esses R$ 9 milhões aí, a Proteco fica sem índice, não pode participar de licitação”.

Em um outro momento, Elza Cristina conversa com Rômulo Menossi, engenheiro e diretor técnico da Proteco. Ela explica que todas as empresas de João Amorim formam um único grupo econômico e por isso ela combina com ele a assinatura de vários contratos com data retroativa. Segundo os investigadores, o dono da Proteco mostra cuidado também com os detalhes que possam trazer problemas com o fisco.

Amorim mesmo orienta a operadora financeira do grupo sobre uma situação referente a transferência de dinheiro entre as empresas do grupo, e que o resultado teria que ser negativo. “Elza, naquelas contas lá que nós fizemos tem um erro...tá faltando quinhentos”. Na interpretação dos técnicos da Operação Lama Asfáltica, o objetivo dessa conversa seria fazer ajustes para evitar problemas fiscais. Ainda de acordo com a equipe de investigação, os interlocutores dão sinais de que sabem que estão sendo monitorados. As escutas telefônicas foram autorizadas pela Justiça Federal.

Nos siga no Google Notícias