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Política

Incra diz que não negocia enquanto houver ocupação

Redação | 19/04/2010 19:11

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, considerou inaceitáveis as ocupações feitas hoje (19) pelos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na sede federal do órgão, em Brasília, e em mais seis sedes regionais. De acordo Hackbart, enquanto os sem-terra permanecerem nos prédios públicos, as negociações estão suspensas.

"Essas ocupações são inaceitáveis e, por isso, as negociações estão suspensas. Com ocupação nós não conversaremos", disse Hackbart, que havia previsto discutir a pauta de reivindicações com lideranças do movimento amanhã (20), durante todo dia.

Ele informou que o Incra já ingressou na Justiça com pedidos de reintegração de posse do prédio ocupado e orientou as superintendências regionais a fazerem o mesmo. A sede nacional do instituto, em Brasília, foi ocupada por cerca de 700 sem-terra na madrugada de hoje. De manhã, ao chegar para trabalhar, o presidente acabou não podendo entrar no prédio.

Além da sede em Brasília, o MST ocupou as superintendências de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Pará, do Piauí e da Paraíba. A sede do Incra em Pernambuco está ocupada desde o último sábado (17).

As ocupações fazem parte do Abril Vermelho, jornada de luta que marca os 13 anos do massacre de Eldorado dos Carajás. Neste ano, os sem-terra cobram co governo o assentamento de cerca de 90 mil famílias, que, segundo o movimento, vivem atualmente em acampamentos.

O presidente do Incra duvida dos números apresentados pelo movimento e diz que a meta do governo neste ano é assentar 60 mil famílias. "Eu duvido que tenha 90 mil famílias acampadas no Brasil", disse Hackbart.

Já o MST alega que o número pode ser bem maior que o reivindicado, pois o levantamento data de agosto do ano passado.

Hackbart também reclama das acusações de que o governo alega não ter orçamento para fazer os assentamentos. "Isso não é verdade. No período de 2003 a 2009, nós incorporamos 574 mil famílias à reforma agrária, criamos 3.548 assentamentos, recuperamos e construímos 385 mil casas nos assentamentos e incorporamos 47 milhões de hectares para a reforma agrária.

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