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Política

Influência de vereadores em eleição de bairro provoca troca de acusações

Kleber Clajus | 27/04/2014 18:43
Escolha de liderança comunitária pode ir parar no Ministério Público (Foto: Marcelo Victor)
Escolha de liderança comunitária pode ir parar no Ministério Público (Foto: Marcelo Victor)

O apoio de vereadores a candidatos para associação de moradores do Ramez Tebet gerou troca de acusações, neste domingo (27), em Campo Grande. Das três chapas que disputaram, venceu aquela apoiada por Ademir Vieira, o Coringa (PSD). As demais estudam recorrer ao MPE (Ministério Público Estadual) para anular a eleição.

Diversas irregularidades foram denunciadas pelas chapas durante o processo, conduzido pela UCAF (União Campo-grandense de Associações de Moradores em Favelas), como erros cadastrais e na grafia do nome de moradores aptos a votar. Em outro momento, causou indignação à presença de assessores de Coringa e da visita da vereadora Luiza Ribeiro (PPS) a área de votação. Ao todo foram registrados 298 votos, sendo três em branco.

As chapas 1 e 2 chegaram a protocolar um pedido de impugnação da eleição, mas não obtiveram êxito. Como justificativa, a presidente da UCAF, Patrícia Souza de Oliveira, limitou-se a dizer que: “cumpriu-se o regimento proposto pelos candidatos e se houve erro não é da instituição e sim deles”.

Rogério Vargas Tiago, 36 anos, concorreu pela chapa 1 e se indignou com o fato de ver carros adesivados do vereador do PSD circularem com eleitores até o ponto de votação na rua Maria da Glória. “Isso está se caracterizando campanha política”, reagiu, tendo no saldo final recebido 69 votos.

Concorrendo pela chapa 2, a acadêmica de serviço social Liliana Simionatto, de 33 anos, conquistou 57 votos. Ela pedia “transparência” no pleito e disse ter convocado Luiza Ribeiro para ajudar com “esclarecimentos jurídicos”. “Foram grotescos os erros e um descaramento o apoio do vereador Coringa. Vamos recorrer ao MP sobre o resultado”, pontuou.

Eleita presidente da associação de moradores do bairro com 169 votos, a autônoma Solange Aparecida Angel, 35 anos, atribuiu a vitória não apenas ao padrinho político, mas sim como resultado do trabalho social que realiza na comunidade. Ela também disse que Coringa “em momento algum induziu os moradores a votar”.

Respostas – Para Coringa, o apoio à chapa vencedora não poderia ser diferente, uma vez que se trata de uma voluntária de seu mandato, no caso Solange que também seria filiada ao PSD.

“O Ramez Tebet é um colégio eleitoral que tem projeto social meu e é o bairro em que mais atuo. Corromper a população não existe. O perdedor sempre não está feliz e apoio político acontece em todas as eleições do presidente do bairro. Os meninos não trabalharam, não correram atrás e agora choram”, frisou o vereador.

Já Luiza Ribeiro disse ter se surpreendido com os carros do colega parlamentar transportando os moradores.
“O que a gente viu foi um monte de carro do Coringa carregando as pessoas. Eleição comunitária deve acontecer de forma autônoma. Quem deve decidir o destino do bairro são os moradores e não se deve colocar estrutura de vereador para puxar para um ou outro candidato”, criticou.

Enquanto a polêmica segue, o vigilante Reinaldo João Veloso, 36 anos, ainda cobra o asfalto para as ruas do Ramez Tebet, que continuam em “descaso total”. Em contrapartida, o professor Jowilson Nunes, 37 anos, também espera que na próxima eleição ao menos possa votar e não ficar sujeito ao pré-cadastro das chapas que o deixou de fora do pleito neste ano.

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