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Política

Secretário de Segurança afirma que base da Força Nacional não sairá de Ponta Porã

Débora Diniz, de Brasília | 30/06/2011 18:21

Em Brasília, Jacini diz que conversações sinalizam para manutenção da base no assentamento Itamaraty

Wantuir (de óculos escuros) e outras autoridades posam junto às viaturas que vão atuar nas
fronteiras (Foto: Débora Diniz)
Wantuir (de óculos escuros) e outras autoridades posam junto às viaturas que vão atuar nas fronteiras (Foto: Débora Diniz)

O secretário de Justiça e Segurança de Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacini,

afirmou hoje que a base da Força Nacional não vai sair de Ponta Porã.

Durante o encontro promovido pelo Ministério da Justiça em Brasília para

tratar do Plano Estratégico de Fronteiras, ele disse acreditar na manutenção

da base operacional instalada no assentamento Itamarati.

“As conversações aqui foram de que a Força Nacional vai continuar. Eu não

sei qual foi o motivo (dos rumores sobre a desativação), eu só sei que ela

não vai sair. O que ainda restar de pendência vai ser resolvido. Com o

investimento que houve, porque agora vai sair?”, disse ao Campo Grande News, durante intervalo das reuniões para a apresentação de parte da frota de 48 viaturas que vai servir ao policiamento nas fronteiras.

O Ministério da Justiça havia anunciado na semana passada que as tropas

seriam remanejadas da base em Ponta Porã ainda hoje. Parlamentares do Mato

Grosso do Sul consideram a retirada da base uma decisão contraditória ao

Plano Estratégico de Fronteiras lançado pela União.

“Como pode um Plano anunciar reforço da segurança nas fronteiras, em uma

ação coordenada entre as Forças Armadas, Polícia Federal, Força Nacional e

Polícia Rodoviária Federal, quando há uma decisão de desmobilização de um

dos braços do centro de operações conjuntas? Para enfrentar a violência e o

crime organizado o correto seria ampliar os efetivos, não só em Ponta Porã,

mas também em Corumbá, uma das portas de entrada de drogas e armas no País”,

questionou o deputado Geraldo Resende.

Em Mato Grosso do Sul, a Força atua desde fevereiro do ano passado, com

sucessivas prorrogações de permanência. A base é uma das oito existentes em

todo o país.

DEMANDAS - Coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, o

encontro de hoje teve a participação dos secretários de Segurança Pública

dos onze Estados fronteiriços. Além das 48 viaturas, 526 capacetes e 110

tasers (arma não letal) foram apresentados. Os secretários assinaram a

adesão ao Plano Estratégico de Fronteiras, lançado no dia 8 de junho pela

presidente Dilma Rousseff, e discutiram as diretrizes de atuação.

Jacini informou que todos os assuntos específicos da fronteira, envolvendo

material, planejamento e política, seriam discutidos na reunião, que avançou

pela tarde. Sobre as demandas específicas para Mato Grosso do Sul, o

secretário citou a necessidade de recursos materiais, de melhorias no

sistema penitenciário para a fronteira e também de capacitação.

Outro ponto destacado pelo secretário foi a necessidade de integração entre

os estados. “Nossa demanda inclui os recursos de inteligência e de

alimentação dos bancos nacionais, para que nós tenhamos uma informação em

nível nacional, porque a criminalidade é interestadual e também

transnacional”, justificou.

“É preciso que as políticas estejam integradas através de seus bancos de

dados e não só operacionalmente, para que possa ter amplas informações. Uma

vez que um criminoso comete crimes no Amazonas e depois vem cometer crimes

no Sul ou no Centro-Oeste, é preciso que os registros dele lá no Amazonas

sejam conhecidos aqui ou no Sul. A integração dos bancos de dados vai

permitir esse conhecimento, além da utilização da inteligência artificial”,

argumentou.

Uma das particularidades de Mato Grosso do Sul, como destacou o secretário,

é a extensão de fronteira seca com países produtores de drogas e crimes

conexos. “Temos uma fronteira pontilhada com 13 cidades. Na faixa de

fronteira, que contém 150 quilômetros, temos 44 cidades e uma população

superior a 1 milhão de pessoas, que interage com populações de outros

países, como Paraguai, Bolívia, onde também acontecem crimes”, ressalta.

Para enfrentar o problema, é necessária a articulação com os países

fronteiriços, o que já vem sendo feito pelo Brasil por meio do Itamaraty. No

estado, o trabalho vem sendo reforçado pela criação do GGI Fronteira

(Gabinete de Gestão Integrada), abrangendo forças policiais de Corumbá com

cidades bolivianas. “Agora vamos trabalhar na construção do GGI de Fronteira

com o Paraguai, em Ponta Porã”, anuncia.

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