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Política

Locais de difícil acesso revelam complexidade da eleição

Redação | 02/10/2010 10:00

As regiões de difícil acesso em Mato Grosso do Sul, incluindo assentamentos e aldeias indígenas, revelam a complexidade do processo de realização de uma eleição que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) precisa enfrentar em nome de uma disputa limpa e acima de qualquer suspeita.

Ao todo, são 81 pontos de votação onde os técnicos da Justiça Eleitoral precisam enfrentar lama, poeira, atoleiros e até montanhas para transmitir os dados ao TRE ao fim da votação.

Para isso, eles utilizam um sistema especial de telefonia, via satélite, ligado a um notebook. Acontece que nem sempre é possível transmitir os dados, principalmente em dias de chuva, como o de hoje.

"A chuva faz o satélite sair do lugar, e com isso nossos técnicos precisam deixar o local, da forma que puderem, para nos passar os dados da votação", explicou Rivaldo Borges, secretário de Tecnologia da Informação que trabalha no TRE há 27 anos.

O local considerado pelos servidores da Justiça Eleitoral como o de mais difícil acesso é a aldeia Alves de Barros, no município de Porto Murtinho, distante 484 quilômetros de Campo Grande.

A aldeia fica dentro de um vale, e de lá não é possível sair com veículos comuns. Para transmitir os dados, o funcionário do TRE precisa "pegar carona" com um professor que mora na aldeia e ir de moto até o pólo de transmissão mais próximo, que fica em Bodoquena, distante 60 quilômetros.

Outros pontos de difícil acesso, com realidade semelhante, ficam também em Porto Murtinho (aldeias São João e Cachoeirinha), Amambai (assentamento Guanabara) e Itaquiraí (assentamento Tamakavi). Para estas regiões, o TRE envia veículos, motos e caminhonetes 4x4.

Os técnicos da Justiça Eleitoral que vão trabalhar nestes locais são previamente instruídos para a ocorrência de possíveis contratempos. Segundo Rivaldo Borges, há sempre um "Plano B" para que os dados sejam transmitidos em tempo hábil e com a maior segurança possível.

"Ele tem que transmitir os dados pra gente, não importa como, se não der de carro, de moto, vai pegar carona, mas tem que chegar ao local adequado e passar a votação", detalhou.

Nas últimas eleições gerais, ocorridas em 2006, ocorreu um caso que exemplifica este tipo de dificuldade encontrada pelos técnicos para repassar as informações ao TRE. O funcionário destacado para transmitir os dados do assentamento Tamakavi ficou com o carro atolado na estrada e sem comunicação.

"Nós ficamos aqui agoniados, sem saber o que estava acontecendo, mas ele conseguiu sair de lá, fazer contato e transmitir os dados", contou.

Ao todo, os 81 locais de difícil acesso em Mato Grosso do Sul reúnem cerca de 40 mil eleitores.

Mato Grosso do Sul tem 1.702.511 eleitores. Em todo o Estado haverá 5.149 urnas em uso e 1.078 reservas.

Destas, 442 urnas são adaptadas para deficientes visuais, com recurso de fone de ouvido e áudio.

Apuração

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