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Política

Lojistas reclamam de moradores de rua e falta de estacionamento

Kleber Clajus | 18/06/2014 14:35
Secretária da SAS, Janete Bellini, pontuou que solução para moradores de rua deve ocorrer por meio de ação integrada entre poder público e sociedade (Foto: Marcos Ermínio)
Secretária da SAS, Janete Bellini, pontuou que solução para moradores de rua deve ocorrer por meio de ação integrada entre poder público e sociedade (Foto: Marcos Ermínio)

Representantes do comércio e lideranças comunitárias reclamaram durante audiência pública, nesta quarta-feira (18), da ausência de vagas para estacionamento e da crescente presença de moradores de rua na região central de Campo Grande. O evento, que ocorreu na Câmara Municipal, teve ainda cobrança pela conclusão de obras como a Orla Ferroviária e o Centro de Belas Artes.

O presidente do Conselho do Comércio Central, André Eduardo Moretto, explicou que a ausência de vagas para estacionar tem levado empresas e clientes a se mudar para os bairros, deixando imóveis vazios no Centro.

Alternativa para reverter esse quadro havia sido apresentada, em março, ao prefeito Gilmar Olarte (PP) durante reunião com o setor promovida pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande). Na ocasião, foi apontada a necessidade de uso do estacionamento da Feira Central para abrigar os veículos de lojistas e funcionários, tendo um ônibus que interligasse o local as lojas.

Durante a audiência, também foram questionadas quais ações a prefeitura tem implementado para atendimento aos cerca de oito mil moradores de rua da Capital.

Para o presidente do Conselho Municipal de Segurança da Região Central, Adelaido Spinosa, é necessário humanizar a área central, uma vez que a maioria das pessoas que estão na rua vieram para o Estado para trabalho no corte de cana-de-açúcar e construção civil, mas não se adaptaram.

“Não é só questão de dinheiro para voltar as suas cidades de origem, mas tem também o aspecto emocional de admitir para a família que falhou. Com isso, eles acabam na rua sujeitos ao vício do álcool e droga para lidar com uma escolha infeliz”, analisou Adelaido.

Já a secretária Municipal de Assistência Social, Janete Bellini, admitiu não ser possível “obrigar” quem mora na rua a sair dessa situação.

“Muitos gostam de morar na rua, se acostumam a receber comida e esmola todos os dias e não querem sair disso. Para mudar é preciso um projeto integrado que envolva família, assistência social, segurança e instituições organizadas”, pontou Janete.

Acesso prejudicado – Apesar da grande concentração de linhas de ônibus no Centro, áreas como da Escola Estadual Riachuelo, no Cabreúva, ficam isoladas da interligação com os terminais de transbordo e foram motivo de críticas durante a audiência.

De acordo com a diretora da unidade, Eronides Rezende, os alunos precisam se deslocar mais de 700 metros e dar a volta na Feira Central, até a Rua 14 de Julho, para ter acesso a linhas de ônibus para os terminais General Osório e Júlio de Castilho.

Dentro no quesito transporte, foi solicitada ainda uma linha de ônibus que interligue o aeroporto à rodoviária de Campo Grande, passando pelo Centro.

Para essa reivindicação, o presidente da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Jean Saliba, disse que negociação com o Consórcio Guaicurus está em estágio avançado e deve ocorrer “ainda neste ano”.

Lista extensa – O presidente do Conselho Municipal da Região do Centro, João Eulogio, levou ainda lista de 20 reivindicações ao Executivo. Dentre elas, coleta seletiva, pintura e instalação de hidrantes, finalidade para a estrutura da antiga rodoviária, recapeamento das vias centrais e término de obras do Centro de Belas Artes e Orla Ferroviária.

Conforme o secretário de obras, Semy Ferraz, no caso do Belas Artes dois convênios de R$ 9 milhões foram realizados para adequar a estrutura para a nova finalidade, uma vez que o local sediaria uma rodoviária. Em seguida, houve necessidade de cancelar o contrato com a empreiteira e atualizar o valor estimado para conclusão em R$ 25 milhões.

Quanto a Orla Ferroviária, Semy disse que a empresa que realizava a obra desistiu de sua continuidade e serão necessários R$ 2 milhões para seu término.

A presença de moradores de rua virou um dos principais incômodos na região central (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
A presença de moradores de rua virou um dos principais incômodos na região central (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
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