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Política

Médico usa tribuna para denunciar caos na saúde e bullying contra profissionais

Graziela Rezende e Kleber Clajus | 14/11/2013 12:01

A tribuna da Câmara Municipal de Vereadores foi novamente ocupada, na manhã desta quinta-feira (14), para o médico Eduardo Cury falar sobre os problemas enfrentados na rede pública, além da perseguição e "bullying" contra profissionais da saúde em Campo Grande.

O convidado excedeu o tempo disponibilizado ao discurso, de 10 minutos, e conseguiu dobrar o tempo com autorização da maioria das lideranças. Cury discorreu sobre a falta de materiais, medicamentos e ausência de reuniões do Comitê Gestor Municipal de Urgência. A ação ocorre alguns dias após os vereadores falarem dos mesmos problemas e pedirem a exoneração do atual secretário de saúde, Ivandro Fonseca.

Outro profissional muito criticado foi o coordenador geral de urgência, Cristiano Campos Lara. “Muitos médicos estão sendo perseguidos, principalmente os que se posicionam contrários a erros no sistema. Ao todo, já existem sindicâncias contra 188 médicos”, conta Cury.

No seu caso, Cury ressaltou que achou estranho o questionamento de um atendimento a uma criança de 10 meses de idade, sob a alegação de que estaria “tumultuando o ambiente”. “Ele estava com os tímpanos perfurados e não havia sido dado o devido encaminhamento. Dei apenas orientações e encaminhei a criança para um especialista, por ser caso de urgência”, disse o médico. “Estamos cansados de ameaças veladas”.

Sobre tal realidade, o vereador Dr. Jamal Salém (PR), comentou que a situação é crítica. “Tudo o que foi falado é uma realidade. O secretário não está dando conta do recado”, pontuou. Já o vereador Paulo Pedra (PDT), ressaltou que não se pode ter revanchismo e rancor dentro da secretaria de saúde.

“É importante o prefeito tomar providências. Lá não têm ação propositiva e, sim caça as bruxas”, disse Pedra, que cobra ainda a criação de uma comissão envolvendo a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), CRM/MS (Conselho Regional de Medicina), Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos) e a Vigilância Sanitária do Estado para dar uma posição técnica sobre os problemas da saúde.

O pedetista lembrou que existem punições no Código Penal, quanto ao assédio moral. O vereador Delei Pinheiro (PSD) pediu ao secretário para “ir pra casa”. Marcos Alex (PT) chegou a dizer que havia “coisas muitos maiores a serem investigadas”, como o escândalo no superfaturamento de remédios. Ele ainda cobrou que se franqueie a tribuna para a defesa dos acusados.

Crítico sobre o fato, Ayrton Araújo (PT) comentou que a Câmara não deve cuidar de briga de médico. “Os problemas devem ser denunciados na mídia para o Executivo resolver”, fala.

Surpreso com o depoimento, o vereador Eliseu Dionísio (SDD), ressaltou mais uma vez a possibilidade de exoneração do secretário. “Não vi aqui briga de médicos e sim a atitude de um secretário incompetente que fica cobrando funcionário público. Isso é assédio moral e deveria resultar em seu afastamento”, finaliza o vereador.

Para o presidente da Câmara, Mario Cesar (PMDB), o assédio moral “não é exclusividade da Sesau, mas de todas as secretarias desse prefeito que aí está”.

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