Mente quem fala que não gosto de índio, diz André
O governador André Puccinelli (PMDB) chamou de "mentiroso" quem diz que ele não gosta de índio.
Durante inauguração da escola estadual indígena Guateka Marçal de Souza, na manhã desta sexta-feira, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, André afirmou que não existiu, "até o século 21", um governo que tenha ajudado tanto os povos indígenas quanto o atual.
"Também estão mentindo aqueles que falam que o governo não quer dar segurança para os índios, mas não podemos entrar na marra nas aldeias", afirmou o governador. "Tenho endurecido com a Funai. Basta dar a autorização que entramos na reserva para ajudar nossos irmãos índios", completou.
Mais cedo, o governador atacou a administradora da Funai em Dourados e chegou a dizer que "autoriza" a prisão dela caso não seja dada autorização para obras dentro das aldeias, como cascalhamento previsto pela prefeitura de Dourados.
Há 3 dias, a servidora federal Margarida Nicoletti virou refém de índios guarani na aldeia Jaguapiru, que pediam a demissão da responsável pela Funai por conta da insegurança dentro da reserva. Ela acabou liberada horas depois.
Depois de índios cercarem o governador na chegada para inauguração de escola indígena, Puccinelli convocou os índios para uma "revolução" contra o órgão, que na avaliação dele, é responsável pelos problemas enfrentados pelos índios no Estado.
Na região sul, o conflito é cada vez maior entre índios, fazendeiros e poder público. Em Paranhos, dois professores estão desaparecidos há uma semana, após confronto armado com funcionários de fazenda invadida. As líderanças dizem que ambos forma mortos, mas a Polícia Federal investiga o caso.
Agenda - Após a inauguração da escola na aldeia, André seguiu para o Parque das Nações, onde entrega a reforma da escola estadual Tancredo Neves e assina a ordem para abertura de licitação para construção da rede de água na sitioca Campina Verde.
A falta de água tratada no bairro é alvo de uma briga política entre André e o prefeito Ari Artuzi (PDT). O prefeito chegou a atrasar a assinatura de um documento que a Sanesul precisava para obter empréstimo do Ministério das Cidades em retaliação à demora da Sanesul em levar rede de água ao bairro, localizado às margens da BR-463, na saída para Ponta Porã.