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Política

Mesmo acusado de estelionato, Ronan Feitosa foi nomeado na Prefeitura

Josemil Arruda | 17/04/2014 14:15
Olarte diz que Ronan foi expulso de sua igreja em dezembro passado (Foto: Cleber Gellio)
Olarte diz que Ronan foi expulso de sua igreja em dezembro passado (Foto: Cleber Gellio)

Um dos principais investigados no procedimento sigiloso do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Ronan Edson Feitosa de Lima foi nomeado para cargo comissionado na vice-prefeitura de Campo Grande mesmo respondendo a processo criminal por estelionato. Ronan responde ao processo na 4ª Vara Criminal de Campo Grande desde 24 de maio de 2011.

Ronan Feitosa foi nomeado por Alcides Bernal (PP), no dia 28 de janeiro de 2013, para exercer o cargo de assessor especial III DCA-3 na Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais, com salário de R$ 5.960,80. E permaneceu no cargo mesmo depois de 3 de setembro do ano passado, quando foi promulgada emenda à Lei Orgânica de Campo Grande que exige certidões negativas cíveis e criminais para nomeação em cargos públicos comissionados.

A partir dessa nova lei, aprovada pela Câmara de Campo Grande no dia 29 de agosto com assinatura de 19 vereadores, fica vedada a admissão e nomeação para cargo, função ou emprego público de pessoas que incidam nas hipóteses de inelegibilidade previstas na legislação federal. Já os servidores em exercício ocupantes de cargo em comissão deveriam apresentar as certidões em prazo de noventa dias, a contar da publicação da lei.

Indiciado pelo crime de estelionato pelo delegado Jairo Carlos Mendes, da 5ª Delegacia de Polícia, o ex-assessor Ronan Feitosa é acusado de ter dado um golpe em Valdir de Souza Vieira, dono da VSV Construtora. “Ele trabalhava para essa construtora. O dono teve de viajar e deixou com o Ronan cheques e cartões. Aí o Ronan trocou os cheques com agiotas, não pagou os funcionários e ainda sacou dinheiro do empresário e se mandou”, informou o delegado.

No Tribunal de Justiça do Estado, o processo de estelionato a que Ronan Edson Feitosa responde tem o número 0029428-34.2011.8.12.0001. Já o Inquérito Policial na 5ª DP tem o número 131/2011. Segundo o delegado Jairo Mendes, "só falta a cota para Ronan ser preso".

Alvo do Gaeco - Agora, Feitosa é alvo de mais uma investigação, comandada pelo promotor de Justiça Marcos Alex Vera, do Gaeco. Na última sexta-feira (11), o Gaeco cumpriu quatro mandados de busca e apreensão domiciliar em Campo Grande, dentre os quais na residência do prefeito Gilmar Olarte (PP), onde foram apreendidos documentos, e um de prisão temporária em São Paulo (SP), todos por determinação do desembargador Ruy Celso Florense, da Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Estado.

A prisão em São Paulo foi justamente a de Ronan Feitosa que tinha relacionamento religioso com o atual prefeito da Capital, Gilmar Olarte. Em nota divulgada na imprensa, no sábado (12), Olarte revelou que Ronan foi expulso de sua igreja no final do ano passado. “Esse ex-assessor, por decisão do Ministério Assembleia de Deus Nova Aliança, do qual o prefeito é presidente de honra, em dezembro do ano passado, foi excluído por sua conduta incompatível com os padrões e princípios éticos da instituição”, afirmou Gilmar na nota.

Assessores do ex-prefeito Alcides Bernal garantem que ele só contratou Ronan Feitosa a pedido do atual prefeito, que na época era vice-prefeito e tinha uma cota de funcionários à sua disposição. Bernal, porém, manteve Feitosa no cargo, mesmo depois de Olarte expulsá-lo da igreja, já que ele foi exonerado só no dia 17 de março, pelas mãos do vice que tomou o lugar do prefeito cassado cinco dias antes.

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