ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Política

Ministro Barbosa pede sessões extras para julgamento do mensalão

Débora Zampier e Danilo Macedo, da Agência Brasil | 10/09/2012 23:58

O ministro-relator do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, questionou nesta segunda-feira (10) a demora para a conclusão do julgamento da Ação penal 470, do Mensalão, e pediu sessões extras específicas para que o caso não se arraste por muito tempo.

"Eu acho que talvez fosse conveniente estudar a possibilidade de sessões extras”, disse Barbosa, ao fim da sessão de hoje, na qual terminou de ler seu voto sobre o capítulo de lavagem de dinheiro, condenando nove dos dez réus.

Em relação aos seus votos, Barbosa disse que já os reduziu o que pôde. “É impossível reduzir mais. Já reduzi demais. Na condição de relator, não posso omitir as informações importantes do voto", afirmou. Outra proposta é que os demais ministros sintetizem mais seus votos, assim como o ministro-revisor Ricardo Lewandowiski, principalmente nos pontos em que eles seguem o relator.

Antes de encerrar a sessão, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, disse que é receptivo à proposta de Barbosa em relação a sessões extras para o julgamento do caso, mas deixará para discutir com os demais ministros no momento oportuno. Ayres Britto se aposenta no dia 18 de novembro, quando completa 70 anos, e não poderá continuar no julgamento, caso ele não termine até lá.

Normalmente, o STF tem sessões plenárias apenas nas quartas e quintas-feiras pela tarde. No início do julgamento da Ação Penal 470, quando os advogados fizeram as sustentações orais, a Corte passou a ter sessões todos os dias da semana. Na etapa seguinte, quando os ministros começaram a votar, manteve-se a sessão extra de segunda-feira.

A proposta de uma sessão extra parte da preocupação dos ministros com a demora no julgamento do processo. Inicialmente, o presidente Ayres Britto previu que o julgamento terminaria no final de agosto, o que não ocorreu.

Até o momento, os ministros analisaram apenas dois dos sete capítulos de acusações que balizam o julgamento: o terceiro, sobre desvio de dinheiro público, e o quinto, sobre gestão fraudulenta de instituição financeira. Nesta segunda-feira, o relator votou o quarto capítulo, que trata de lavagem de dinheiro no núcleo financeiro e no núcleo publicitário, e ainda é necessário colher o voto do revisor e dos demais ministros.

Quando a Corte terminar a análise de todos os capítulos, ainda terá que fazer a chamada “dosimetria da pena”, que é ponderar a pena adequada considerando o mínimo e o máximo permitido por lei. Os ministros deixaram esta etapa complexa para o final porque poderão analisar agravantes e atenuantes expostas durante todo o julgamento.

Nos siga no Google Notícias