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Política

Na Capital, Cristovam Buarque descarta disputar sucessão de Dilma

Zemil Rocha | 05/07/2013 20:13
Buarque considera que plebiscito proposto por Dilma foi "jogada de marketing"
Buarque considera que plebiscito proposto por Dilma foi "jogada de marketing"

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) descartou esta noite, durante entrevista coletiva na Câmara de Campo Grande, a possibilidade de disputar a Presidência da República no ano que vem.

“Em 2006 acabou a minha oportunidade de ser candidato a presidente. Tive 2,5% dos votos. Chamo de quixotesca a campanha que tive”, afirmou ele, ao ser indagado sobre sua eventual candidatura no atual cenário de mudanças e com a presidente Dilma Roussef (PT) sofrendo grande queda de popularidade.

Apesar dessa posição pessoal, Cristovam Buarque defendeu que o PDT lance em 2014 candidatos em todos os níveis, de presidente a governador de Estado.

O pedetista considera que a presidente Dilma vem fazendo um “mau governo”, não por uma questão de capacidade política e sim em razão do “esgotamento de um modelo”. Para ele, hoje vivemos uma “democracia fajuta” e o risco de grandes dificuldades econômicas, com a estabilidade sob ameaça.

Quanto à condução do “pacto” anunciado à nação, Cristovam considera que Dilma tem dificuldade de conduzi-lo. “O problema é que a Dilma é candidata à reeleição. Há dificuldades dela trazer uma resposta ao anseio popular se continua pensando como candidata”, criticou o pedetista. Uma das propostas da reforma política é justamente o fim do instituto da reeleição.

Reforma política – Embora seja a favor da consulta popular, o plebiscito proposto pela presidente Dilma, para Cristovam Buarque, não passa de “jogada de marketing” caracterizada por sua inaplicabilidade. “Nenhum democrata, em tese, é contra plebiscito, mas não se pode apoiar uma farsa”, atacou o senador pedetista.

A abrangência de questionamentos proposto por Dilma para o plebiscito, na opinião de Buarque, é muito restrita para temas que merecem aprofundamento, especialmente quanto à forma de aplicação. “Tinha que ter 50 perguntas. A Dilma propõe só cinco, sendo que duas já estão sendo resolvidas pelo Congresso Nacional e outras duas que não dá para votar a favor”, disse.

“Como votar a favor de financiamento público ou privado da campanha eleitoral, sem saber de onde sairá o dinheiro?”, questionou, exemplificativamente, o senador. “Como está a proposta, o dinheiro poderia sair da educação, do dinheiro do pré-sal”, afirmou, observando em seguida a distribuição da verba de campanha também mereceria definição precisa, considerando que seria inadimissível cotas de acordo com o tamanho dos partidos políticos. “Não dá pra votar sim ou não nessa questão”, sentenciou.

Quanto ao voto distrital, na avaliação de Cristovam Buarque, também depende da forma, se será com ou sem proporcionalidade em relação ao número de eleitores. Citou que nos Estados Unidos já aconteceu de candidato a presidente ter mais votos e não ser eleito por causa da proporcionalidade entre os distritos. Também na Alemanha, lembrou, deputado comunista que precisou ter o dobro de votos de um conservador, porque o distrito de um tinha mais eleitores do que o do outro.

A melhor maneira de consultar a população nessas situações, defende o senador pedetista, é através de “referendo”. Assim, o Congresso Nacional definiria os modelos e os eleitores escolheriam o melhor.

Ao anunciar a proposta do plebiscito, na concepção de Buarque, a presidente Dilma não atendeu à vontade da população que foi às ruas. “Se tivesse ouvido, ela apoiaria a CPI da Copa, pararia com o projeto do Trem Bala”, declarou.

Federalização das escolas – Após a entrevista coletiva e participação no ato de filiação do ex-senador Valter Pereira, de seu filho, Humberto Pereira, e do pastor Antônio Dionízio ao PDT, o compromisso do senador Cristovam Buarque foi uma palestra na Câmara sobre a federalização das escolas de ensino fundamental.

A implantação do novo modelo, segundo o senador pedetista, seria possível num prazo de 20 anos. Escolas federais modernas e bem equipadas, em tempo integral, substituiriam as atuais unidades escolares das redes municipais e estaduais de ensino e parte das particulares. Incorporados na Carreira do Magistério Federal, os professores teriam piso salarial de R$ 9 mil.

No período da tarde, Buarque esteve visitando uma escola de tempo integral na Capital. Indagado se a escola é do nível deseja por ele no projeto de federalização, o senador respondeu: “É uma escola daquela, melhorada”. Segundo ele, o projeto abrangeria 200 mil escolas no País.

Cristovam voltou a dizer que o projeto beneficia principalmente os municípios mais pobres do Páis, onde os prefeitos não têm dinheiro suficiente para oferecer educação de qualidade. “Só a União assumindo a responsabilidade teríamos a possibilidade de ter uma igualamento, com boas escolas em todas as cidades”, pregou.

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