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Política

Nelsinho nega "pegadinha" e diz que Bernal falhou em atrasar licitação

Zemil Rocha | 26/04/2013 16:05
Ex-prefeito Nelsinho nega que tenha cancelado licitações, como acusou Bernal (Foto: Arquivo)
Ex-prefeito Nelsinho nega que tenha cancelado licitações, como acusou Bernal (Foto: Arquivo)

O ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) contestou, hoje, com documentos as declarações do atual prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), de que a falta de medicamentos nas unidades de saúde da Capital decorrem de uma “pegadinha” de seu antecessor. Trad demonstra através deles que havia estoques de remédios e insumos para todo o primeiro trimestre de 2013 e alega que para não haver falta, a atual administração já teria de ter aberto processo licitatório logo no começo da gestão, em janeiro.

Relatórios do estoque da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica, realizado em 30 de dezembro de 2012, assinados pelo ex-secretário de Saúde Leandro Mazina Martins, revelam em detalhes nome e quantidade dos respectivos itens farmacêuticos. Segundo esses documentos, foi deixado estoque de medicamentos para todo o primeiro trimestre de 2013 (90 dias). Nas notas explicativas, Martins argumenta que o estoque não só era suficiente, como até "seguraram" a epidemia de dengue.

A grande maioria dos medicamentos e insumos está listada com estoque tido como “normal”, mas existem itens que estavam em estado “crítico”, como Dopamina, fita de glicemia capilar, losartana potássica, omeprazol, sulfato de magnésio, vitamina C, água destilada e Albendazol 40 mg. O ex-secretário justifica a falta desses medicamentos ao fato de alguns serem de “responsabilidade do Ministério da Saúde”.

Em decorrência da atual crise de abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde de Campo Grande, o ex-secretário chega a sugerir que o atual prefeito, Alcides Bernal, use da prerrogativa de poder aditivar contratos já existentes. “Para não faltar medicamentos, poderia aditivar contratos em até 25%, conforme autoriza a Lei 8.666/93, no seu artigo 65”, afirmou ele nas notas explicativas.

Aponta ainda para falha em não ter havido “transição” na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até porque o nome do secretário de Saúde de Bernal, o administrador hospitalar Ivandro Fonseca, só foi anunciado na véspera do prefeito tomar posse, dia 31 de dezembro de 2012. “Como não houve transição na Sesau, estas informações não puderam ser repassadas ao novo secretário, apesar de constarem em relatórios deixados para a nova gestão”, criticou o ex-secretário.

Nesta sexta-feira, Bernal chegou a questionar processos licitatórios de Nelsinho Trad no final do ano passado. “Quando entramos, tinham mais de 15 licitações de medicamentos anuladas no final do ano”, denunciou o atual prefeito, afirmando ainda que a argumentação do ex-prefeito Nelsinho para justificar o cancelamento não tinha mais do que três linhas.

Trad encaminhou 28 cópias do relatório entregue a equipe de Bernal (Foto: Divulgação)
Trad encaminhou 28 cópias do relatório entregue a equipe de Bernal (Foto: Divulgação)

O ex-prefeito Nelsinho Trad garante, porém, que não fez esses cancelamentos, embora tenha deixado tudo encaminhado para o novo gestor implantar processos licitatórios a partir de 2 de janeiro de 2013. “Começamos a mexer, deixamos pedidos encaminhados para a nova gestão, mas não abrimos, até porque não iria adiantar porque os laboratórios estariam fechados”, afirmou Nelsinho. Ele explica que de 10 de dezembro a 10 de janeiros há férias coletivas nos laboratórios de medicamentos. “Não cancelamos nada, porque o processo licitatório não foi aberto”, insistiu.

A conduta de Bernal é que teria sido de cancelamentos indiscriminados, segundo o ex-prefeito, como teria acontecido no caso do Pregão 264-2012, para compra de agulhas, que hoje estão em falta nas unidades de saúde da Capital, que foi revogado, conforme publicação do dia 13 de março no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). “Mentira tem perna curta”, alfinetou Nelsinho.

Ainda sobre as declarações do atual prefeito, Nelsinho declarou que “é aconselhável que comece a trabalhar pelo bem de Campo Grande e dos campo-grandenses e pare de tentar encontrar culpados pelos problemas que não está conseguindo solucionar”.

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