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Política

Novo senador, Russo rebate críticas e se diz apto a representar pecuaristas

Fabiano Arruda | 16/06/2011 11:21

Prestes a assumir vaga de Marisa Serrano, suplente fala sobre acusações, postura política e expectativa de atuação

“Não me preocupo com investigações. Tenho atestado de antecedentes”, diz Russo. (Foto: Simão Nogueira)
“Não me preocupo com investigações. Tenho atestado de antecedentes”, diz Russo. (Foto: Simão Nogueira)

Novo senador por Mato Grosso do Sul, após a indicação de Marisa Serrano para o TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado), o suplente Antônio Russo Netto, ainda sem partido, mas com ida confirmada para o PR, defendeu-se nesta quinta-feira de críticas que tem recebido desde o início das articulações no processo de indicação para conselheiro do Tribunal.

Com fala mansa, semblante tranquilo, Russo deu entrevista hoje em Campo Grande e garantiu, em diversos momentos, que não tem processo ou condenação contra ele em “70 anos de vida”. Além disso, atestou que o frigorífico que é dono, o Independência, não tem débitos fiscais com o Estado e que, durante 11 anos que esteve à frente do estabelecimento, foi o maior empregador de Mato Grosso do Sul.

“Não me preocupo com investigações. Tenho atestado de antecedentes”, afirmou, antes de ser perguntado sobre investigação do MPF/RJ. “Não sou eu o investigado. Todos os seis frigoríficos quem têm empréstimo com o BNDES”, explicou, desdenhando ainda o fato de passar a ter foro privilegiado.

Indagado sobre o fato de um dos credores do frigorífico tentar impedir a posse dele como senador, com acusações de má administração à frente da empresa, o novo parlamentar disse desconhecer. “Isso é uma questão para o departamento jurídico”, desconversou.

Sobre as críticas que recebeu por parte do setor ruralista do Estado, baseadas na acusação de o Independência, em processo de recuperação judicial, ter sido responsável por calote de R$ 2 milhões no setor, Russo disse ser do ramo agropecuário, ligado à produção rural, e que se sente preparado para representar o segmento no Senado Federal. A lista de credores da empresa à espera do Judiciário é extensa.

Ele respondeu os questionamentos baseado numa declaração do presidente licenciado da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, que chegou a repudiar sua ida ao Senado. “Conheci o Laucídio, não o Chico, mas me vejo credenciado para representar os pecuaristas”, comentou.

Russo conta que recebeu inúmeras ligações de representantes do agronegócio ontem, dia em que a ida de Marisa para o TCE foi sacramentada.

“Hoje é um dia que estou bastante feliz. Estive ontem à noite com oito pecuaristas, três deles credores (do Independência). Eles presenciaram as diversas ligações que recebi de representantes do setor, inclusive, do Eduardo Riedel (presidente da Famasul), que me parabenizou e me chamou para conversar”, relata, descrevendo, ainda que já foi convidado por outros senadores do País para integrar a bancada ruralista.

Suplente conversa com os "conselheiros" Paulo Corrêa e André Puccinelli, durante posse na Fiems no mês passado. (Foto: Divulgação)
Suplente conversa com os "conselheiros" Paulo Corrêa e André Puccinelli, durante posse na Fiems no mês passado. (Foto: Divulgação)

Transição - Russo deixou o PSDB no fim de maio e vai voltar ao PR. Em 2006, quando Serrano foi eleita ao Senado, ele pertencia ao PL. Diz que a mudança ocorre por “segurança jurídica”, mas que os conselhos dos deputados Londres Machado e Paulo Corrêa, do PR, além do governador André Puccinelli (PMDB), foram determinantes para retornar à legenda.

“Paulo Corrêa é meu padrinho e Londres meu guru. Eles me fizeram político, quando não era”, disse, explicando que a filiação de volta ao ninho republicano vai ocorrer baseado no andamento da renúncia de Marisa ao Senado. “Ainda sou suplente e fico no banco. As coisas andam conforme o titular”.

O pecuarista disse que vai assumir projetos que estavam sendo executados pela tucana, no entanto, admitiu que o enfoque será mudado. “A Marisa dava mais prioridade à educação. Sou mais ligado à produção, ao agronegócio. Temos pontos importantes do Estado para discutir, como a questão do Incra, dos índios, problemas de fronteira e o Código Florestal”, listou.

Linha política - A entrada de Russo no Senado vai representar ganho na base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), já que Serrano exerceu oposição ferrenha ao governo federal. Prestes a voltar ao PR, o suplente garantiu: “O PR é da base do governo. Vou ser da base”.

Questionado se o projeto de Reforma Política entrar em votação no Congresso durante seu mandato e como votaria a questão da suplência, uma das maiores polêmicas do texto, contrariou sua própria posição.

“Vou votar contra (a suplência). Não concordo com o suplente assumir sem voto. Quem tem de entrar é o segundo mais votado. Você vai ver que vou votar contra”, prometeu.

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