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Política

Olarte diz não vetar Pai Nosso e tirou servidor da reza para evitar "guerra"

Paula Maciulevicius e Kleber Clajus | 24/03/2015 10:40
A decisão de não poder rezar ao final ou começo das aulas gerou revolta nas senhorinhas. (Foto: Marcelo Calazans)
A decisão de não poder rezar ao final ou começo das aulas gerou revolta nas senhorinhas. (Foto: Marcelo Calazans)

Por telefone, ao Campo Grande News, na manhã desta terça-feira, o prefeito Gilmar Olarte (PP) fez questão de esclarecer a discórdia que um Pai Nosso causou no CCI (Centro de Convivência do Idoso) Vovó Ziza, na última semana. Olarte negou que a decisão de proibir venha da prefeitura e que só tirou o servidor da reza se não ia ter guerra.

"É mentira. A ordem foi que os funcionários não vão mais se envolver em questão de oração, porque vira guerra. Ninguém está proibindo de fazer oração nenhuma", destacou.

O prefeito disse ainda que todo mundo é livre para rezar, pedir, orar. "É para orar a hora que quiser, a oração que quiser e na crença que a pessoa acreditar. Elas mesmas estavam entrando em conflito entre si", comenta. 

Na segunda-feira passada as alunas do Vovó Ziza foram comunicadas da medida tomada pela diretoria do Centro. De que não poderiam mais começar ou terminar as aulas de hidroginástica com o Pai Nosso ou Ave Maria. A decisão gerou revolta nas senhorinhas que já rezavam há anos.

Olarte ainda dispara que sua ordem é respeitar a religião de cada um. (Foto: Marcos Ermínio)
Olarte ainda dispara que sua ordem é respeitar a religião de cada um. (Foto: Marcos Ermínio)

Ao Lado B, o coordenador do CCI, Valdir Gomes, já havia explicado que foram queixas das próprias alunas que o levaram a tomar essa decisão, de apenas tirar a figura do funcionário de contexto, para que não caracterizasse algo vindo ou promovido pela instituição.

"A única coisa que o Valdir Gomes nos informou foi que ele disse que os professores a partir de agora não vão se envolver, para não gerar atrito entre elas. Porque lá não é lugar para ser atrito, porque lá é para ter paz", disse o prefeito.

Olarte ainda dispara que sua ordem é "respeitar a religião de cada um e se os grupos que tiverem lá no CCI quiserem fazer oração seja de que credo, for eles têm liberdade". Num discurso que ora emprega palavras de pastor, o prefeito explica que "Deus deu ao ser humano livre arbítrio, está na Bíblia. Eu como gestor público jamais interferirei em algo desse gênero. Tanto é que minha gestão tem atendido todos os segmentos da sociedade", afirmou.

Além de se manter neutro, os servidores do Vovó Ziza estão lá, segundo as palavras do prefeito, para monitorar as atividades e que os alunos seguem livres para rezar. "Só servidor que não vai se envolver para não dar problema".

A confusão toda surgiu de alunas evangélicas que estariam se incomodando com as orações. Em entrevista ao Lado B ontem, uma das aposentadas que fazia parte do Pai Nosso resumiu o que agora pode ser dito. "Falaram que é pra dizer 'Obrigada Senhor', que serve para todas as religiões", comentou a economista aposentada Lúcia Vilar Chaves, de 65 anos.

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