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Política

ONG de MS quer impedir que ministro participe do julgamento do Mensalão

Aline dos Santos | 31/07/2012 11:51

Caso começa a ser julgado na quinta-feira, após sete anos, e tem 38 réus

Advogado pede suspeição de ministro. (Foto: João Garrigó/Arquivo)
Advogado pede suspeição de ministro. (Foto: João Garrigó/Arquivo)

O advogado Paulo Magalhães, diretor da ONG Brasil Verdade, sediada em Campo Grande, entrou com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para que o ministro José Antônio Dias Toffoli seja impedido de participar do julgamento do Mensalão. A ação penal 470 começará a ser julgada na quinta-feira, com previsão de durar um mês.

De acordo com Magalhães, a arguição de suspeição foi proposta porque Toffoli, à época do escândalo, em 2005, era subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, comandada por José Dirceu, réu no processo. Conforme a denúncia, o governo Lula pagava aos parlamentares por apoio político.

O advogado também questiona o fato de a namorada do ministro ter sido advogada de outros três denunciados no Mensalão. Como não é parte no processo, o próprio diretor da ONG avalia que o pedido deve ser negado.

Contudo, afirma que o TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) aceitou um pedido de suspeição de um juiz federal contra uma magistrada mesmo não sendo parte do processo que a União move contra a Brasil Verdade.

Na ação, a ONG fica proibida de divulgar os nomes de servidores federais suspeitos de irregularidades. “Há, aqui em Mato Grosso do Sul, um precedente para isso”, afirma. No Mensalão, os 38 réus responderão por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, peculato e formação de quadrilha.

Bombástico - Dono do título de maior escândalo político brasileiro, o Mensalão chegou a conhecimento público em 2005. O fio da meada foi a divulgação de um vídeo pela revista Veja.

O então funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparecia recebendo propina e contando sobre um esquema montado dentro dos Correios para desvio de dinheiro dos contratos com outras empresas. “Aqui nós somos três que trabalhamos fechado. Os três são designados pelo PTB, pelo Roberto Jefferson”, disse Maurício Marinho.

Ao ser acusado no esquema dos Correios, Roberto Jefferson, que era deputado federal e presidente do PTB, resolveu denunciar. Segundo ele, deputados do PP e do PL, atual PR, recebiam R$ 30 mil por mês para votar os projetos de interesse do governo Lula.

STF vai julgar o Mensalão a partir de quinta-feira. (Foto: Carlos Humberto)
STF vai julgar o Mensalão a partir de quinta-feira. (Foto: Carlos Humberto)

O então deputado disse que o esquema era de conhecimento de José Dirceu e tinha participação do tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Em contrapartida, inocentou o presidente Lula. Na época, foi aberta a CPI dos Correios, cujo presidente era o senador Delcídio Amaral (PT).

Jefferson contou que o dinheiro era pago no Banco Rural e que assessores dos parlamentares eram encarregados de buscar a propina na agência. Um dos saques, de R$ 50 mil, foi feito pela mulher do deputado João Paulo Cunha, do PT, que na época era presidente da Câmara.

Em seguida, surgiu a figura de Marcos Valério, um empresário da área de propaganda, de Minas Gerais, e que seria o responsável pelo dinheiro do esquema. As contas das duas principais agências de Marcos Valério movimentaram mais de R$ 25 milhões entre 2003 e 2004. Valério contou que tomava empréstimos bancários e repassava o dinheiro para o PT pagar despesas de campanhas eleitorais.

Além dele, foram avalistas do empréstimo três dirigentes do partido dos trabalhadores: José Genoino, então presidente do PT, o tesoureiro Delúbio Soares, e Sílvio Pereira, secretário-geral.A espiral de denúncias ainda envolveu o publicitário Duda Mendonça, e o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken. (Com informações do por Portal G1).

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