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Política

Pacote anticorrupção não será suficiente, avaliam parlamentares de MS

Deputados do Estado estão divididos sobre o impeachment de Dilma

Juliene Katayama | 17/03/2015 13:56
Cerca de 32 mil campo-grandenses tomaram a Avenida Afonso Pena (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Cerca de 32 mil campo-grandenses tomaram a Avenida Afonso Pena (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Os parlamentares de Mato Grosso do Sul avaliam que a presidente Dilma Rousseff (PT) não vai conseguir acalmar as vozes das ruas apenas com o pacote anticorrupção que prometeu dar andamento na Câmara dos Deputados a partir desta semana. Pelo menos dois milhões de brasileiros participaram dos protestos no dia 15.

O deputado Carlos Marun (PMDB), integrante da CPI da Petrobras, criticou a maneira como a petista enfrentou os protestos do povo. “O governo não pode tratar com nuvens de fumaça. O povo não está apenas contra a corrupção, mas contra o PT. Agora vamos ver como vai tratar o assunto”, pontuou.

Na avaliação do peemedebista, dar andamento ao projeto da reforma política não vai convencer os eleitores das boas intenções da presidente. “O problema não é solucionado por reforma política se pessoas e partidos continuarem sendo financiados e enriquecidos com dinheiro público”, afirmou. A solução estaria em “tratar a questão atual que é o envolvimento direto da presidente nesse escândalo do Petrolão”. “O governo tem de tratar disso”, completou Marun.

O oposicionista Luiz Henrique Mandetta (DEM) divide da opinião do peemedebista e diz que a pauta não pode se resumir à reforma política. “O governo não tem proposta e dá sinais de esgotamento de último ano de mandato, mas está só começando”, ressaltou.

Para o democrata, muitos outros fatores contribuíram para a população tomares as ruas. “A corrupção é um dos temas, mas tem questões de gestão pública, arrocho econômico e a contradição do que ela falou durante a campanha fazendo corte na Educação, Saúde, custeio na agricultura, aumento da energia e do combustível”, disse.

Também da oposição, Elizeu Dionizio (SD) criticou a resposta dada pela presidente logo após os protestos. “A presidente ignorou o protesto, mandou porta-vozes. Os brasileiros foram para as ruas para falar com a chefe do Executivo”, criticou.

Além disso, o deputado disse que “faltou diálogo dos próprios ministros que não falaram a mesma língua”. Depois dos protestos, ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e de Minas e Energia, Eduardo Braga, falaram sobre as manifestações antigoverno que tomaram as ruas do País.

Da base aliada, Dagoberto Nogueira (PDT) disse que a prioridade do Congresso nesta semana não são as questões do protesto, mas a votação do Orçamento 2015 que ainda não passou pelo Legislativo. “Está tudo parado, ainda não prejudicou, mas pode começar a atrapalhar o trabalho dos ministérios”, lembrou.

Impeachment – Os parlamentares do Estado estão divididos quanto ao pedido de impeachment da presidente. Alguns já chegaram à Câmara e o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou arquivar todos.

Mandetta, que é da oposição, alega que não existem fatos para sustentar o impeachment. “Não temos situações claras para o impeachment, mas cada dia aparecem coisas novas”, ponderou. Outro da oposição, Elizeu defendeu o afastamento da presidente “se for constatado erro”.

O pemedebista Marun defende se comprovada participação de Dilma em esquema de corrupção. “O impeachment é resultado de crime. Se eventualmente for comprovado, o PMDB deve apoiar o impeachment”, disse.

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