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Política

Para conquistar jovens, candidatos a governador focam no emprego

Ludyney Moura | 24/08/2014 10:15

De acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado em 2010, dos 2,4 milhões de habitantes de Mato Grosso do Sul, 27%, ou pouco mais de 662 mil tem entre 15 a 29 anos. Uma faixa etária em constante crescimento, e protagonistas da série de manifestações que tomaram o país em busca de melhores condições de vida e de uma política mais inclusiva e eficaz.

Parte desses jovens estão em busca do chamado primeiro emprego, interessados em entrar para a população economicamente ativa do país. As promessas dos candidatos ao governo do Estado de Mato Grosso do Sul para essa faixa etária vão desde a revolução do atual modelo de ensino, até a modernização das escolas e locais públicos para inserir o jovem no mundo digital.

O Campo Grande News elaborou duas perguntas aos candidatos a governador sobre as políticas públicas para qualificação da mão-de-obra para inserção no mercado de trabalho, e a própria formação escolar do jovem.
Confira as respostas dos candidatos:

Professor Monje, candidato do PSTU ao governo do Estado

“O PSTU defende um ensino propedêutico, não como algumas correntes do ensino caracterizam o ensino formal desvinculado do ensino técnico. Entendemos que o ensino deva ser integral com o desenvolvimento das potencialidades dos alunos para as artes, para as ciências, para as tecnologias e para a sua formação laboral. Porém, dados do Governo Federal demonstram que mais da metade desse faixa etária encontra-se fora da escola por falta de vagas. Sem contar com a superlotação de alunos nas salas de aulas do ensino médio. Será preciso executar um plano de obras públicas que esteja voltado para a construção não só de escolas do ensino médio, mas que atenda todos os níveis de ensino. Começando pela educação infantil, passando pelo ensino fundamental e médio e terminando nas universidades. O que vemos hoje é um funil que vai deixando os alunos no meio do caminho sem perspectiva nenhuma de continuidade dos seus estudos. Defendemos a universalização do ensino público e estatal para todos”.

“A pouca escolaridade é culpa exclusivamente dos governos por não atender a demanda crescente de vagas nas escolas públicas, além de colocar muitos alunos em uma única sala de aula. Seja pelo pouco investimento na educação, seja pela desvalorização dos profissionais que atuam na educação. A partir do momento que o estudante que está concluindo o ensino fundamental ter a certeza que ingressará automaticamente no ensino médio sem se preocupar em correr escola por escola atrás de uma vaga e que encontrará professores habilitados para atender o ensino. O aluno dará continuidade aos seus estudos através do ensino integral (ensino médio acompanhado de um curso técnico) que o levará indubitavelmente à possibilidade de buscar uma vaga no mercado de trabalho já qualificado. O que vemos hoje é a baixa qualificação da mão de obra para atender às necessidades das elites. Buscaremos ao longo do governo adotar o pleno emprego”.

Sidney Melo, candidato do PSOL ao governo do Estado

“Para garantir a inserção da juventude no mercado de trabalho nosso governo vai investir na criação de Escolas de Tempo Integral nas onze microrregiões do Estado para complementar o ensino médio com ensino técnico-profissionalizante. Além disso vamos abrir mais salas de educação para jovens e adultos para oferecer oportunidade para aqueles que interromperam seus estudos. Estas ações estão diretamente vinculadas a inversão de prioridades do orçamento que atualmente destina mais receita para a Assembleia Legislativa, por exemplo, do que para UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Atrair a juventude para a qualificação profissional depende também da geração de oportunidades no mercado de trabalho, ou seja, garantir expectativas de empregabilidade rentável e estável. Neste contexto o atendimento a esta demanda social constitui um tema transversal que inclui a atração de mais industrias e projetos que garantam o desenvolvimento do Estado”.

Reinaldo Azambuja, candidato do PSDB ao governo do Estado

“A juventude de Mato Grosso do Sul enfrenta diversas situações que merecem atenção. Uma das maiores demandas é a falta de oportunidades para o primeiro emprego. Milhares de jovens chegam anualmente à idade produtiva e não conseguem entrar no mercado de trabalho, seja pela falta de ofertas ou pela falta de qualificação técnica. Outros jovens buscam oportunidades de melhores empregos e remuneração e isto está ligado diretamente à qualidade da educação, pois não basta ter escolas, precisamos de escolas de qualidade que preparem, que capacitem o jovem para o mercado. Para proporcionar uma melhor perspectiva para a nossa juventude vamos fazer uma reformulação da nossa lei de incentivos fiscais. A qualificação é uma ferramenta que o Estado tem que oferecer para toda sociedade. Vamos mudar a lei para exigir contrapartida das indústrias e empresas incentivadas para que elas disponibilizem o primeiro emprego para os jovens sul-mato-grossenses. Hoje muitos jovens e adolescentes do interior de Mato Grosso do Sul deixam suas cidades ou o Estado porque não têm perspectivas de desenvolvimento. Além da questão do emprego e da educação, a juventude de Mato Grosso do Sul tem outras demandas, como lugares adequados para lazer, prática desportiva e cultura. Essas demandas foram demonstradas durante o Pensando MS, que ouviu 220 mil pessoas em todo o Estado. A violência, as drogas e falta de segurança também afetam diretamente a juventude no Estado”.

“O jovem precisa é de oportunidade. Vamos ter um projeto de educação especial, voltado ao mercado de trabalho, para jovens de 15 a 17 anos que não terminaram o Ensino Fundamental. Em Mato Grosso do Sul, são 28 mil jovens nessa situação, 6.000 deles em Campo Grande. Além disso, vamos trabalhar em parceria com os municípios para ampliar a oferta de cursos de capacitação profissional. Em Maracaju, onde fui prefeito por dois mandatos, mais de 12 mil pessoas, quase a metade da população da época, passaram por algum tipo de qualificação profissional”.

Delcídio do Amaral, candidato do PT ao governo do Estado

“Vamos investir em uma das maiores riquezas do nosso país que é a juventude. Eu sou parceiro. Sou jovem de cuca e com certeza sou um administrador absolutamente diferente dos que andam por aí. Eu escuto música sertaneja, MPB, blues, rock & roll. Aprecio e absorvo o que a juventude me ensina. Aprendo muito com as minhas filhas. Já enfrentei vários desafios. Vivi em todas as regiões do Brasil e até no exterior. Tenho experiência internacional e acabo de ser eleito , pelo décimo ano consecutivo, um dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Vou utilizar a minha experiência para fazer de Mato Grosso do Sul um Estado referência em tecnologia, implementar a Internet e o wifi nas unidades da Rede Estadual, garantir a autonomia da UEMS e o ensino em tempo integral nas escolas do ensino médio e fundamental, ampliar a oferta de cursos técnicos, valorizar a cultura, o esporte, o lazer , diversificar a economia e incentivar a vinda de empresas para oferecer novas oportunidades de trabalho. Meu governo será amplo, democrático, generoso, cidadão. Planejo uma gestão moderna , onde se incentive a indústria com tecnologia de ponta e , ao mesmo tempo, se crie as condições necessárias para o desenvolvimento da agricultura familiar. E, não tenham dúvida, a juventude será protagonista nesse processo. Assinei um documento no qual me comprometi com o um grupo de jovens a atender várias reivindicações, entre elas o acesso gratuito à internet em espaços públicos, a atualização do modelo e do currículo para garantir o ensino de tempo integral em toda as escolas estaduais, a promoção de políticas públicas e de campanhas voltadas à saúde dos jovens, a execução de um programa de acesso a bicicletas para estudantes e a construção de ciclovias, que facilitariam os deslocamentos entre a casa e a escola, e a implantação da rede CUCA, que prevê a construção de Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esportes em todos os municípios do Estado”.

Os demais candidatos, Nelsinho Trad (PMDB) e Evander Vendramini (PP), não enviaram resposta para as questões até o fechamento da matéria.

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