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Política

Para Delcídio, governo vai controlar CPI do Cachoeira com mão de ferro

Aline dos Santos e Wendell Reis | 03/05/2012 14:37

“O governo vai agir buscando controlar todos os passos da Comissão Parlamentar de Inquérito”

Para Delcídio, o governo quer controlar a agenda da comissão e restringir à operação Monte Carlo. (Foto: Wendell Reis)
Para Delcídio, o governo quer controlar a agenda da comissão e restringir à operação Monte Carlo. (Foto: Wendell Reis)

Suplente do bloco governista na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira, o senador Delcídio Amaral (PT) prevê que o Governo Federal vai atuar com mão de ferro.

“O governo vai agir buscando controlar todos os passos da Comissão Parlamentar de Inquérito. Restringir as investigações ao que os procuradores e a Polícia Federal já levantaram sobre Carlinhos Cachoeira”, afirma o senador.

Para Delcídio, o governo quer controlar a agenda da comissão e restringir à operação Monte Carlo. O cerco é para evitar que as denúncias ganhem, ainda, maior proporção, como por exemplo as suspeitas de que as irregularidades também envolveriam o governo do Rio de Janeiro.

Um dos alvos é a Delta Construções, suspeita de e irrigar o esquema de jogo ilegal liderado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A empresa tem obras por todo o país.

Com 16 senadores e 16 deputados, a CPMI foi instalada no dia 25 de abril. Conforme o cronograma, Cachoeira, que está preso desde fevereiro, será ouvido no dia 15 de maio.

No dia 29, Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta no Centro Oeste, prestará depoimento. Já o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que é suspeito de fazer tráfico de influência para Cachoeira, vai depor no dia 31.

A comissão aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira desde o dia 1° de janeiro de 2002. A CPI investiga o envolvimento de Cachoeira e de seu esquema criminoso com políticos e empresários.

Laranja em Dourados - Conforme denúncias, um dos laranjas da Delta, no esquema com Cachoeira, mora em Dourados. A empreiteira é suspeita de montar uma rede para lavar dinheiro numa triangulação com outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda.

Dentre os principais destinatários do dinheiro do esquema está Pedro Batistoti Júnior, tecnólogo e ex-funcionário da Delta no Estado. Laudos da PF atestam que ele teria recebido R$ 300 mil. Ele nega a acusação.

Malha fina - Fiscalizações da CGU (Controladoria Geral da União) apontam uma série de irregularidades em obras de R$13,8 milhões realizadas pela Delta Construções S/A em rodovias federais de Mato Grosso do Sul.

No Estado, três contratos caíram na “malha fina” da Controladoria. O de maior valor foi firmado para manutenção de 126 quilômetros na BR-163.

No contrato de R$ 9,5 milhões, a CGU encontrou três irregularidades: ponte com guarda-corpo danificado, pista de rolamento em condições inadequadas e preenchimento incompleto do Diário de Obras.

Já no contrato para conservação entre os quilômetros 556 e 601 da BR-262, o órgão considerou a fiscalização insatisfatória, pois o “preposto responsável por informar o andamento da obra para o engenheiro fiscal do Dnit mantém vínculo empregatício com a empresa executora”. O valor da obra de R$ 896 mil.

Também foi apontado irregularidade no contrato de conservação da BR-267, cujo valor foi de R$ 3,5 milhões. A CGU considerou que os serviços de conservação são insuficientes para manter o trecho contratado num nível satisfatório de trafegabilidade e segurança, sendo identificados diversos pontos com a incidência de defeito. Além de classificar a fiscalização realizada pelo Dnit como insatisfatória.

Os contratos entre 2007 e 2010 foram executados na gestão de Marcelo Miranda, que foi demitido em janeiro do comando da Superintendência do Dnit de Mato Grosso do Sul após denúncias de irregularidades. Desde então, o órgão federal é administrado de forma interina por Antônio Carlos Nogueira

Vencedora – Em março deste ano, em meio à suspensão dos editais de licitação no Dnit de Mato Grosso do Sul, a Delta venceu o certame para recuperação de 108,3 km da BR-163.

A empreiteira apresentou a terceira melhor proposta, no valor de R$ 30,9 milhões, mas as outras duas empresas foram desclassificadas por não atenderem critérios do edital.

A licitação, na modalidade menor preço, tinha o valor máximo de R$ 35 milhões. A CCM - Construtora Centro Minas Ltda, que apresentou o menor valor (R$ 27 milhões), recorreu de forma administrativa, mas teve o recurso negado.

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