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Política

PDT compara caso ao de Delcídio e pede a cassação de Jucá no Senado

Conselho de Ética terá cinco dias para decidir se acolhe ou não o pedido

Mayara Bueno | 24/05/2016 12:53
Senador Romero Jucá (PMDB/RR), ex-ministro do Planejamento. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Senador Romero Jucá (PMDB/RR), ex-ministro do Planejamento. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido). (Foto: Arquivo)
Ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido). (Foto: Arquivo)

O Conselho de Ética do Senado recebeu uma representação do PDT, que pede a cassação do mandato do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O parlamentar teve uma conversa em que sugere um pacto para obstruir a Operação Lava Jato divulgada na segunda-feira (23).

A situação de Jucá é semelhante a do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido). Quando a conversa foi divulgada, ele era líder do governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado, enquanto Jucá ministro do Planejamento do interino Michel Temer (PMDB). O processo contra Delcídio resultou na cassação de seu mandato.

Agora, o colegiado tem cinco dias úteis para decidir se acolhe ou não a representação, protocolada pelo PDT nesta terça-feira (24). As informações são da Agência Brasil. O diálogo, mantido com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, sugere que uma “mudança” de governo poderia resultar em um pacto com o STF (Supremo Tribunal Federal) para frear as investigações.

Jucá negou que estivesse se referindo a qualquer tentativa de obstrução, após a divulgação da conversa, mas havia descartado deixar o cargo de ministro do Planejamento. Mais tarde, ainda ontem, anunciou que se afastaria até o fim das investigações. Já nesta terça-feira, a exoneração dele foi publicada no Diário Oficial da União.

Mesma medida - Tal qual o senador sul-mato-grossense, Jucá teve uma gravação comprometedora divulgada pela imprensa. As comparações com Delcídio do Amaral aconteceram e o PDT citou o caso em sua representação, inclusive afirmando “ser mais grave” a situação envolvendo o ex-ministro. “Acho os indícios mais graves que os do senador Delcídio. O Senado não pode ter dois pesos e duas medidas”, disse Telmário Mota, autor da representação.

Delcídio foi gravado por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, sugerindo um plano de fuga e uma mesada para que o executivo não fechasse acordo de delação premiada na Lava Jato. O ex-senador teve o mandato cassado, mas antes ficou preso por quase três meses por tentativa de obstrução das investigações.

Disney – O senador cassado comentou a gravação de Romero Jucá, dizendo que as declarações do ex-ministro são muito mais comprometedoras e explícitas, mostrando uma "obstrução de justiça institucionalizada". Depois da gravação do Mercadante, Lula e Dilma e essa agora do Jucá, com todo respeito, a minha conversa é uma Disney, uma grande brincadeira", concluiu o ex-senador.

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