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Política

Pecuarista de MS quer delação premiada, aponta investigação em Campinas

Fabiano Arruda | 24/05/2011 09:40

Empresário nega acusações

O caso Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A), que abalou a estrutura político administrativa da cidade de Campinas (SP) na semana passada, também mira o pecuarista e empresário sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bumlai é citado como alvo de investigação no relatório de 408 páginas sobre o suposto esquema de corrupção e mensalinho da Prefeitura de Campinas, segundo informações de matéria publicada pelo Estado de São Paulo.

Conforme o Estadão, o pecuarista é apontado como elo da empreiteira Constran com diretores da Sanasa, empresa responsável pelo planejamento, execução e operação dos serviços de água e esgoto da cidade. Bumlai teria admitido a possibilidade de fazer delação premiada para "proteger Lula".

O nome de Bumlai é mencionado na interceptação telefônica de um diálogo entre um advogado e Luiz Augusto Castrillon de Aquino, ex-diretor presidente da Sanasa, foco do desvio de verba em Campinas, segundo a promotoria. À página 271, o relatório destaca que, em 26 de abril, Aquino conversa com o advogado após reunião com um homem chamado de Ítalo Barione.

"De acordo com Luiz Aquino, Ítalo Barione estaria colhendo informações, a pedido do próprio José Carlos Costa Marques Bumlai, para viabilizar a formalização, junto ao Ministério Público, de delação premiada em favor dele", diz o documento.

"Inclusive, Aquino relata que Bumlai teria intenção de proteger Lula". Ao resumir a conversa, a promotoria afirma: "Aquino diz que Bumlai quer fazer acordo e ‘o que ele puder fazer para proteger Lula, tudo bem’".

Ainda conforme a notícia divulgada pelo Estadão, para os promotores, "o teor do diálogo é totalmente pertinente". Eles falam das relações do sul-mato-grossense Bumlai e Lula. "O empresário talvez tivesse a preocupação de não propiciar uma exposição negativa em razão da amizade de ambos”.

No mês passado, outra publicação do Estadão apontava que Bumlai fora intimado pelo Ministério Público de São Paulo para falar sobre sua relação com possíveis fraudes em contratos da Sanasa.

Outro lado - Em entrevista ao Campo Grande News, Bumlai nega as acusações. “Estou surpreso e assustado”, comentou. “Não conheço Luiz Aquino, não conheço Ítalo Barione e não tenho relação com a prefeitura de Campinas”, garantiu. “Alguém faz um telefone, cita seu nome e fico envolvido. Não está certo isto”, completou o empresário, que disse não lembrar qual foi a última vez que esteve em Campinas e que sua defesa adota as providências cabíveis em relação ao assunto.

O caso - O relatório por quatro promotores do Gaeco em São Paulo pede ordem judicial de prisão contra 20 suspeitos. Entre os presos estão nomes da chamada “República de Corumbá”. Ricardo Chimirri Cândia, ex-prefeito de Corumbá, que era diretor de Planejamento da Prefeitura de Campinas, e Aurélio Cance Júnior, ex-diretor da Sanesul e que também foi diretor da Sanasa.

Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na prefeitura de Lúdio Coelho e também foi presidente da Fundesporte no governo Pedro Pedrossian, e exercia o cargo de secretário de Comunicação em Campinas, é tido como foragido.

Segundo informações da imprensa campinense, a exoneração de Lagos do cargo de coordenador de Comunicação foi publicada no Diário Oficial do Município de Campinas de hoje.

Ricardo Cândia e Aurélio Cance Júnior devem depor nesta terça-feira no 2º Distrito Policial de Campinas.

As suspeitas sobre as fraudes que desencadearam a operação na semana passada foram reveladas em setembro de 2010 após operação do Gaeco, que prendeu uma quadrilha que fraudava contratos em diversas prefeituras, como Indaiatuba, Hortolândia e Campinas. O esquema teria gerado prejuízo de R$ 615 milhões aos cofres públicos dos municípios.

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