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Política

Polêmica entre eleitores, cavaletes já motivaram 40 apreensões

Elverson Cardozo e Nicholas Vasconcelos | 28/08/2012 18:45
Cavaletes "decoram" cruzamento da avenida Costa e Silva com a Via Morena. (Foto: Simão Nogueira)
Cavaletes "decoram" cruzamento da avenida Costa e Silva com a Via Morena. (Foto: Simão Nogueira)
Na Afonso Pena são posicionadas, diariamente, cerca de 150 placas. (Foto: Elverson Cardozo)
Na Afonso Pena são posicionadas, diariamente, cerca de 150 placas. (Foto: Elverson Cardozo)

Não tem como dizer outra coisa: os cavaletes de propaganda já foram eleitos a coisa mais “chata” desta campanha, chegando até a provocar atos de vandalismo dos eleitores. É só andar pelas ruas para encontrar quem diga, rapidinho, que as propagandas só atrapalham e continuam nos canteiros mesmo depois do horário permitido.

Respondendo à indagação frequente do eleitor, se alguém fiscaliza, a Justiça Eleitoral informou que já recolheu 40 cavaletes flagrados fora do horário permitido ou atrapalhando o trânsito. De acordo com o juiz da 35° Zona Eleitoral, Flávio Saad Peron, o trabalho de fiscalização é feita em conjunto com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), PM (Polícia Militar) e também fiscais do TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

A lei eleitoral permite que os cavaletes sejam colocados em canteiros e também em calçadas, desde que não atrapalhem quem passa por ali.

"Temos recebido reclamações de cavaletes que estão atrapalhando o trânsito, a visibilidade do motorista. Nesse caso, expedimos um ofício para a Agetran e se for comprava a irregularidade, o material é apreendido", explicou Peron.

O juiz lembra ainda que os equipamentos não podem atrapalhar o trânsito de veículos e pedestres, além de serem proibidos entre as 22h e as 6h.

A multa para os candidatos que instalarem cavaletes irregulares vai de R$ 2 mil a R$ 8 mil.

Nas ruas, os eleitores seguem reclamando e alguns preferem até agir. Na manhã de domingo (26), aniversário da cidade, várias placas foram encontradas com sinais de vandalismo em pelo menos três pontos da avenida Mato Grosso. As publicidades estavam danificadas, com nariz de palhaço e bigode nas figuras dos candidatos.

Mototaxista de um ponto localizado nas proximidades da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Fabiano Luiz Guilherme, de 32 anos, diz, sem pestanejar, que não gostou desse tipo de divulgação porque, além de atrapalhar o trânsito, “estraga” visualmente a cidade.

“Pediram para tirar as propagandas do centro e aqui ninguém vê isso”, comentou, se referindo ao projeto Reviva Centro, da Prefeitura, que tem o objetivo de padronizar as fachadas das lojas e despoluir visualmente a Capital.

O amigo, também mototaxista, Aureo da Silva Duarte, de 22 anos, tem a mesma opinião. Garante que seria melhor receber em casa a visita dos candidatos do que ser obrigado a ver, todos os dias, a “cara” deles nas ruas. “Ta virando o Pantanal, apresentando os pássaros”, ironizou. “Cada dia coloca uma foto aí e ainda pedem para a gente cuidar”, acrescentou.

Paulo Roberto Paixão, de 50 anos, apóia a instalação dos cavaletes de propaganda. “Sem política a gente não vive", disse. (Foto: Simão Nogueira)
Paulo Roberto Paixão, de 50 anos, apóia a instalação dos cavaletes de propaganda. “Sem política a gente não vive", disse. (Foto: Simão Nogueira)

Se definindo como um “eleitor comum que não entende muito de política”, Paulo Roberto Paixão, de 50 anos, apóia a instalação dos cavaletes de propaganda. “Sem política a gente não vive. Incomoda mais o carnaval e o som alto do que isso aí”, disse.

Morador de Campo Grande há 30 anos, o operador de máquinas Gilberto Matos Carvalho, de 46 anos, “não é a favor nem contra”, mas acredita que a propaganda está passando dos limites. “Se voltasse os santinhos seria melhor”, opinou.

Já a dona de casa Carolina da Silva, de 22 anos, foi enfática ao dizer que “os políticos só aparecem nesta época do ano” e que os cavaletes prejudicam a aparência da cidade. “Fica feio”, resume.

Mesmo assim, ela não é contra as propagandas. Diz, inclusive, que os cavaletes que “a gente encontra em todo o canto” ajudam na escolha dos representantes. É o que afirmou, com ressalvas, o estudante Luis Henrique Castilho Pereira, de 19 anos. “Acho interessante porque ajuda o pessoal que está por fora da política. É uma ideia para pesquisar”, declarou.

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