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Política

Precisando de um voto para vencer, candidato solitário evita “já ganhou”

Aline dos Santos | 22/09/2016 10:04
Professor Jean (em pé) é único candidato a prefeito em Douradina.
Professor Jean (em pé) é único candidato a prefeito em Douradina.

Dependendo de um voto para ser eleito – que claro, pode ser o dele mesmo – o candidato Jean Sérgio Clavisso Fogaça (PEN), o professor Jean, luta contra o clima de já ganhou em Douradina, a única cidade do Estado que tem projeto solitário de candidatura a prefeito.

Mesmo sem concorrentes pela administração municipal, Jean garante que mantém ritmo intenso de campanha, sustentada por um tripé dos 3 “S”. “:Suor, saliva e sola de sapato”, afirma.

Segundo ele, a intenção é ter bom desempenho nas urnas para legitimar a escolha da população. “Pela legislação, é eleito com um voto, mas nem gosto muito de falar disso. Pode soar de forma negativa para a população. É uma campanha ativa, de casa em casa. Ontem, fechei todos o distritos, aldeia indígena. Quero ganhar com o maior número de votos possíveis”, diz o candidato.

Outro esclarecimento que se apressa em fazer é de que os cargos da prefeitura não foram loteados como garantia de apoio dos partidos nesse projeto de candidatura única. “Deixamos bem claro que não fizemos o que geralmente se faz, o loteamento de cargas, a distribuição de secretarias, essa velha política. Não fizemos esse loteamento”, conta Jean.

Candidato de primeira viagem, o professor Jean, de 37 anos, é geógrafo, a partir de 2001 trabalhou na rede estadual e foi diretor por seis anos na escola Barão do Rio Branco. Há dois anos, assumiu o sindicato da categoria.

Cidade-dormitório - Para ele, o maior desafio é criar emprego em Douradina, que tem 5.775 habitantes e fica localizada a 196 km de Campo Grande. Os principais empregadores são o poder publico, incluindo a prefeitura, comércio e agricultura.

“A maioria vai para fora. Trabalhar em usinas, frigoríficos. Douradina vira uma cidade-dormitório. Vamos lutar para quebrar esse ciclo”, diz.

A calmaria eleitoral vem após um cenário político conturbado, com direito até a agendamento de uma eleição fora de época em 2014, que acabou não sendo realizada. Eleito em 2012, o prefeito Darcy Freire foi cassado em 11 de fevereiro de 2014.

Os motivos foram compra de votos e abuso de poder econômico no processo eleitoral. Em março de 2014, o TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) chegou a marcar nova eleição em 4 de maio daquele ano. Contudo, o prefeito conseguiu voltar em março daquele ano e foi inocentado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em setembro do ano passado.

Para o candidato, a instabilidade política do passado é um dos motivos da atual calmaria. “A cidade ficou dividida em dois lados e a instabilidade política prejudicou os municípios nesses últimos anos”, diz.

Jean arrecadou R$ 35 mil na campanha, sendo R$ 8 mil doado por ele mesmo. Os gastos chegam a R$ 21.800, sendo quase 80% (R$ 17.250) destinado a 35 candidatos a vereador. O candidato a prefeito declarou bens de R$ 177 mil à Justiça Eleitoral.

Pela legislação brasileira, para que um candidato único seja eleito em municípios com menos de 200 mil habitantes, basta que vote em si mesmo. Isso porque precisa da maioria dos votos válidos. Brancos e nulos não são considerados.

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