Prefeito de Bela Vista começa administração no "escuro" e sem telefone
A entrada a sete dias do prefeito Renato de Souza Rosa (PSB), na prefeitura de Bela Vista, distante 322 quilômetros da Capital, não foi das melhores. Com a conta de luz em débito há 7 meses e sem poder utilizar o telefone, já que conta também não é paga há 90 dias, ele diz que sabe dos inúmeros problemas que vai enfrentar, mas que também não pretende fazer uma “caça as bruxas”.
“A prefeitura já estava andando e nestes sete dias, já fizemos uma auditoria na qual descobrimos várias irregularidades. Mas não pretendo ficar fazendo um caça as bruxas e sim arrumar a casa para beneficiar a todos, não apenas alguns. A folha de pagamento, por exemplo, que equivale a 80% da arrecadação, será uma das prioridades que teremos de realizar, inclusive com demissões”, afirma o prefeito.
O gestor conversou com o Campo Grande News neste domingo, assim que chegava à Capital para um evento que ocorrerá amanhã e serão divulgadas detalhes das 50 casas construídas em seu município. Porém, em entrevista a imprensa na tarde de ontem (27), ele ressaltou que técnicos estão realizando levantamentos para ver a real condição do município.
Rosa comentou que durante esta semana ainda esteve em Jardim, juntamente com servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para renegociar a dívida da prefeitura acumulada em R$ 1,2 mil. Resolvido o impasse, ele pretende voltar a assinar convênios com o Governo e a União.
Sobre as irregularidades, o prefeito fala que elas tratam de possíveis superfaturamento e contratos vigentes irregulares, obviamente confirmados após o levantamento feito pela empresa de auditoria, o Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Na área da saúde, da qual Renato Rosa como médico conhece bem, a ação prioritária será o atendimento digno e de qualidade. “Vamos trazer diversos especialistas para trabalhar no nosso município, porque a pessoa precisa de ser atendida por profissionais capazes e competentes”, avalia o prefeito.
Nas escolas municipais, ele prolongou o início para o dia 5 de agosto e diz que o prazo foi necessário. “Eram necessários para esclarecermos pontos obscuros e que deverão ser sanados”, disse ele, complementando que o transporte escolar estará circulando normalmente a partir de amanhã para os estudantes da rede estadual.
De tudo o que foi falado, a polêmica maior foi a micro câmera encontrada em seu gabinete. “Essas imagens eram armazenadas por alguém e a polícia tomará conhecimento do fato, para uma investigação mais profunda”, finaliza o prefeito.
