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Política

Presidente de mesa diz que trabalha há 11 anos em eleições e nega desacato

Paula Maciulevicius | 29/10/2012 10:55

A presidente de mesa detida no final da manhã deste domingo, sob alegação de desacato e abandono do serviço eleitoral, nega as acusações e diz ter sido humilhada pelo juiz. “Eu não estava tomando tereré e nem me ausentei da seção. Em momento algum eu desacatei o juiz”, disse. Em contato com o Campo Grande News, ela contou o que aconteceu, depois de 11 anos como presidente de mesa em eleições na Capital.

“Ele me humilhou, gritou comigo no corredor. Sou presidente de mesa mais de 11 anos pelo TRE e nunca tive este tipo de problema”, contou à reportagem. A servidora pública de 31 anos, disse que estava sentada fora da sala devido ao calor, que não havia ar condicionado e só dois ventiladores estavam funcionando.

A presidente falou que quando se faz o treinamento no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), é instruída a deixar um mesário na porta. “Eu estava ao lado da fiscal quando o juiz chegou e disse que ela não poderia ficar ali fora e sim dentro de sala”, descreve.

Segundo relatos da presidente, a fiscal entrou imediatamente. Porém na mesma sala havia outra fiscal do mesmo partido e o juiz perguntou por que estavam em duas. “Eu informei que elas estariam em várias salas. Aí ele disse que elas não poderiam ficar duas em um único lugar, nisso ele já se alterou. Eu pedi desculpas e disse que não tinha essa informação”.

Em seguida a servidora relata que a fiscal que havia acabado de entrar saiu e ela retornou à frente da sala, para o lado de fora. “A fiscal que ficou foi perguntar o que havia acontecido e eu disse que ela não podia mais ficar aqui fora, por ordem do juiz. Ele a viu na porta e ficou furioso. Disse que eu era pior do que boca de urna e que eu não sabia trabalhar”.

Em resposta, a presidente de mesa disse que tudo bem e que então nas próximas eleições, o Tribunal não contasse mais com ela.

“Neste momento ele se alterou e eu pedi que ele não gritasse comigo. A escola estava vazia, todo mundo saiu pra olhar. Minha filha estuda na escola. Eu fui levada de camburão como se fosse marginal e eu não fiz nada”, diz.

Conforme a servidora pública, o caso não foi registrado como desacato. “O desacato que seria judicial, o delegado federal desqualificou porque não houve. Meu processo é eleitoral, vai ser por abandono de seção”, disse.

Para o Campo Grande News, ela reforçou ainda que em momento algum estava tomando tereré. “Se alguém estava, eu não vi e não participei. Não sei porque o juiz chegou à essa conclusão, porque eu não estava. Eu só estava parada na porta como a Justiça Eleitoral nos orienta. Tudo tem dois lados”, finalizou.

Caso - No final da manhã deste domingo, por determinação do juiz auxiliar Paulo Afonso de Oliveira, a presidente de mesa foi presa em flagrante por desacato a abandono do serviço eleitoral, em Campo Grande. O caso aconteceu no colégio eleitoral Elizabel Maria Gomes Sales, localizado no bairro Santa Luzia.

De acordo com juiz eleitoral Flávio Saad Peron, a presidente da seção abandonou o serviço para tomar tereré. O juiz auxiliar teria pedido para ela retornar a seção. A mulher então respondeu que voltaria ao local, porém não atendeu ao pedido do juiz.

A mulher foi encaminhada para o Centro de Triagem da PF (Polícia Federal) e depois liberada.

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