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Política

Produtividade pra chefe é "trenzinho da alegria da Agetran", diz fiscal

Zemil Rocha | 18/05/2013 09:03
Fiscais de trânsito em ação. Chefes recebem também a "produtividade" (Foto: Arquivo)
Fiscais de trânsito em ação. Chefes recebem também a "produtividade" (Foto: Arquivo)

As remunerações de três diretores e chefes de divisão de fiscalização de transporte e trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) nomeados recentemente pelo prefeito Alcides Bernal (PP) são engordadas por comissão que chegam a 40% de “produtividade”. “Dessa forma o diretor da área de trânsito ganha R$ 11.500,00 e chefe de divisão cerca de R$ 10.500,00”, explicou um fiscal da própria Agetran, que não quis se identificar para não sofrer punições. No quadro salarial da Prefeitura, apenas pelos cargos e representações, eles recebem pouco mais de R$ 3.000,00.

Segundo esse fiscal, o esquema de “incorporação” da produtividade não foi criado pela atual gestão, do prefeito Alcides Bernal, já estando em vigor há muitos anos. “Somos fiscais e se você é nomeado para diretor, além do valor do cargo comissionado, recebe mais 40% de produtividade”, explicou ele. “É o trenzinho da alegria da Agetran”, acrescentou.

A Ouvidoria da Prefeitura de Campo Grande tomou conhecimento da denúncia de recebimento irregular de produtividade por três diretores e chefe de divisão da Agetran, que nem estavam nomeados para os cargos. O autor da denuncia foi o fiscal José Tomaz Macedo. A nomeação retroativa a 1º de janeiro foi publicada no último dia 9 de maio, assinada pelo prefeito Alcides Bernal (PP). Através do Decreto “PE” n. 797, Bernal declara que a nomeação é a “a contar de 1º de janeiro de 2013, para fins de regularização funcional e financeira”. Foram nomeados Cesar Augusto Miyasato como Diretor do Departamento de Fiscalização e Controle de Multas, Luiz Carlos Alencar Filho como Diretor do Departamento de Programação Operacional e Carlos Gomes Guarini Leite da Silva como Chefe da Divisão de Operação e Coordenação da Fiscalização de Trânsito, todos com salários acima de R$ 3 mil, considerando-se as representações.

Há três anos, a situação referente ao pagamento de “produtividade” a chefes da Agetran chegou a ser denunciado no Ministério Público Estadual. Há até casos de funcionários que nunca trabalharam nas ruas ou terminais de ônibus em fiscalização e que recebem a tal gratificação, incorporando a benesse ao salário. “Tem uma fiscal de transporte que tem 20 anos, nunca trabalhou no terminal nem no Trânsito, que é mulher de um diretor da Viação Cidade Morena, e recebe essa graficiação sem nunca ter trabalhado num terminal de ônibus”, revelou o mesmo fiscal.

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