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Política

Produtores dizem que conflitos se acirraram em Sidrolândia a partir de 1990

Paulo Yafusso e Michel Faustino | 03/11/2015 19:33
Três pessoas prestaram depoimento à CPI do Cimi hoje, dois produtores rurais e o procurador-chefe do MPF (Foto: Fernando Antunes)
Três pessoas prestaram depoimento à CPI do Cimi hoje, dois produtores rurais e o procurador-chefe do MPF (Foto: Fernando Antunes)

O segundo a depor à CPI do Cimi nesta terça-feira (3) foi o produtor rural Vanthi Vanni Filho, que deu uma versão diferente a do procurador-chefe do MPF (Ministério Público Federal) Emerson Kalif Siqueira, que disse durante seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito, que desconhecia de qualquer ação do Cimi no sentido de incentivar invasões ou influenciar nas decisões dos indígenas. O procurador foi o primeiro a prestar depoimento.

Ele afirmou aos deputados que tinha dois funcionários casados com índias, e que eles comentaram que integrantes do Cimi com frequência estavam com os índios e, ao contrário do que disse o procurador da República Emerson Siqueira, representantes dos Cimi participavam das assembleias dos índios e davam conselhos para que invadissem fazendas.

A produtora rural Mônica Alves Corrêa, da Fazenda Esperança, foi a última depor à CPI. Assim como Vanth Vanni, ela afirma que durante décadas os fazendeiros conviveram em harmonia com os índios. Os problemas teriam começado a partir de 1990, quando 2.090 há da região foram homologados como território indígena com base na Constituição Federal que instituiu o Marco Demarcatório. Segundo eles, os índios começaram então a reivindicar a ampliação da área, e aí deu-se início aos conflitos agrários na região.

Vanthi conta que a família dele adquiriu a fazenda Cambará em 1912 e sempre conviveu bem com os índios Terena. A situação mudou drasticamente em maio de 2013, quando a invasão de várias fazendas criou um clima de tensão. Para ele, outro indício de que os Terena são manipulados, é que numa das audiências realizada na Justiça da qual ele participou em 2013, um índio conhecido da família também esteve presente e, para a surpresa dele, o rapaz participou acompanhado de um intérprete. “Ele foi orientado, ele fala o português e na audiência falou que precisava de tradutor porque só falava na língua materna”, declarou o produtor rural.

Já a produtora rural Mônica Corrêa disse aos parlamentares que a fazenda da família dela, a Esperança, foi invadida no dia 31 de maio de 2013, um após a tentativa frustada de reintegração de posse da fazenda Buriti, em que houve confronto entre as polícias Federal e Militar e os indígenas, e o Terena Oziel Gabriel acabou morrendo ao chegar no hospital de Sidrolândia, depois de ser baleado.

Ela conta que uma das lideranças da invasão disse no dia que a ação seria pacífica. Assim, a família permaneceu durante dois dias na propriedade, mesmo com os Terena lá dentro. Mônica disse que num certo dia, foi procurada pelo advogado Luiz Henrique Eloy, indígena que se disse representante do Cimi. Na ocasião, ele teria dito que ali o que prevalecia era a lei dos Terena e que a família dela não poderia permanecer no local. O Campo Grande News tentou contato com Luiz Eloy, mas até mesmo no site da OAB/MS não consta nenhum telefone dele. No sistema só aparece a mensagem “não autorizada para exibição”.

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