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Política

Professores decidem acampar em frente à Câmara Municipal

Antonio Marques | 02/07/2015 12:45
Professores montaram barracas nas dependências da Câmara Municipal e vão ficar acampados por tempo indeterminado (Foto: Fernando Antunes)
Professores montaram barracas nas dependências da Câmara Municipal e vão ficar acampados por tempo indeterminado (Foto: Fernando Antunes)
O presidente da ACP/Sindicato, Geraldo Gonçalves, usou a Tribuna da Câmara para solicitar o apoio dos parlamentares ao movimento (Foto: Fernando Antunes)
O presidente da ACP/Sindicato, Geraldo Gonçalves, usou a Tribuna da Câmara para solicitar o apoio dos parlamentares ao movimento (Foto: Fernando Antunes)

Cerca de 150 professores participaram da sessão da Câmara Municipal de hoje de manhã, 2. Foram cobrar dos vereadores o apoio para pressionarem o prefeito Gilmar Olarte (PP) a retomar as negociações para por fim à greve mais longa da categoria em Campo Grande, que entra no 39º dia. Os educadores montaram barracas na parte externa da Câmara e vão permanecer acampados no local por tempo indeterminado.

Os professores querem ainda que os vereadores façam obstrução aos projetos do Executivo, até que a Prefeitura cumpra a lei do piso salarial, reajustando os salários em 13,01%. 

O presidente da ACP/Sindicato (Associação Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) Geraldo Gonçalves Alves disse que os 29 vereadores são responsáveis também pela situação da greve. “Os vereadores podem cobrar uma proposta do prefeito e obstruírem os projetos do prefeito, ele vai ter que cumprir a lei que ele mesmo mandou à Câmara”, destacou, referindo-se a lei municipal 5.411/2014, elaborada pela prefeitura municipal e aprovada por unanimidade na Câmara.

Na Tribuna da Câmara, Geraldo Alves declarou que a prefeitura está promovendo um desmonte na educação pública da Capital, acabando com programas como o “Mais Educação”, “Escola Viva” e “Sala de Tecnologia”. “São programas que necessitaram de investimentos há mais de anos e que agora estão sendo desmontados”, lembrou ele.

Sessão - A sessão de hoje contou com apenas 15 parlamentares e foi presidida pela vereadora Thais Helena (PT), uma vez que o presidente Mário Cesar (PMDB) está em Brasília. Os vereadores da base do prefeito preferiram conversar com os professores no Plenário, mas não usuram a Tribuna durante a sessão. Só a oposição usou a fala para somar às cobranças ao chefe do Executivo.

Mesmo com a manifestação dos educadores, os vereadores conseguiram aprovar todos os projetos da pauta. Apenas um projeto do vereador Airton araújo (PT), que institui o Plano Municipal para o Programa de Apoio aos Portadores de Psoríase (doença de pele) na Capital foi adiado para inclusão de emenda.

A vereadora Thais Helena, ao final da sessão encerrada por volta das 11h15min, foi cobrada por alguns professores pela votação ocorrida na quarta-feira, 1º, em que os vereadores votaram a favor de três projetos, em regime de urgência, autorizando o prefeito a usar crédito adicional suplementar no valor de R$ 70,3 milhões.

A vereadora justificou que, mesmo votando contrário, o prefeito tem maioria na Casa, e os valores seriam destinados para pagamentos de diversas despesas para atender programas e projetos que os próprios vereadores têm feito cobranças, como repasse de R$ 12,3 milhões para Santa Casa de Campo Grande, R$ 30 milhões para a própria Semed (Secretaria Municipal de Educação) e R$ 5 milhões para o Bolsa Proinc (Programa de Inclusão Profissional), que oferece cestas básicas para atender os trabalhadores.

A reportagem ligou várias vezes ao secretário municipal de Administração e interino da Educação, Wilson do Prado, para saber a versão do município sobre a denúncia do dirigente sindical e sobre a possibilidade de reabertura das negociações com os representantes dos professores, porém não foi atendida.

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