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Política

Projeto da Iagro testará influência das eleições na Assembleia

Wendell Reis | 22/05/2012 12:29

Votação pode mostrar quem está na base de sustentação e quem é oposição

Sessão foi a mais movimentada do ano na Assembleia Legislativa (Foto Giuliano Lopes)
Sessão foi a mais movimentada do ano na Assembleia Legislativa (Foto Giuliano Lopes)

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul votou nesta terça-feira (22) o projeto de autoria do Poder Executivo que institui o PCC (Plano de Cargos e Carreiras) da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). O projeto seria mais um entre os vários de reajuste salarial aprovados na Casa não fosse o fato do Governo abrir uma exceção e deixá-lo para ser votado hoje. A mudança fez a Assembleia ter a sessão mais movimentada do ano.

A polêmica começou quando os servidores da Iagro pediram para que os deputados não votassem o projeto, alegando que precisava ser melhorado. Do outro lado, o vice-lider, Márcio Fernandes (PTdoB), e o líder do Governo, Junior Mochi (PMDB), alegaram que servidores da Iagro lhes procuraram para dizer que não concordavam com a retirada. Foi o suficiente para o Governo decidir que levaria o projeto a votação.

A polêmica fez os servidores da Iagro lotarem o plenário da Assembleia nesta terça-feira (22) e protestarem, dizendo que o projeto só atendia a 10% dos servidores. A sessão chegou a ser suspensa para um acordo, que não ocorreu.

Ao votar da reunião, os projetos foram votados normalmente e o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), explicou que caberia a Casa cumprir o regimento e votar o projeto enviado pelo Poder Executivo. Todavia, informou que seguiria o trâmite proposto a outras categorias, iniciando um processo de conversa com o Governo na próxima segunda-feira (28).

Tudo caminhava para um entendimento e alguns servidores - minoria- chegaram a aplaudir a iniciativa. Porém, o líder do PT na Assembleia, deputado Pedro Kemp, criticou o fato do projeto ter ido a votação, dizendo que o Governo deveria ter negociado. O deputado Cabo Almi (PT) foi mais além e chegou a dizer que estava faltando “humildade” para o Governo.

A resposta do Governo foi automática e o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos, após conversa com Junior Mochi, disse que, baseado nas declarações da oposição, estava suspensa a ideia inicial, de fazer uma comissão para conversar com o Governo.

Expectativa - Os deputados pensaram que o projeto seria votado nesta terça-feira (22), o que aumentava o clima de tensão. O pré-candidato do PP a Prefeitura de Campo Grande, deputado Alcides Bernal, chegou a dizer que hoje saberíamos se o PSDB está ou não com o PMDB.

O entendimento de Bernal foi compartilhado por outros deputados. Esta será a primeira matéria polêmica a ser analisada na Assembleia neste ano, onde a eleição em Campo Grande está a todo vapor. Desde que o PSDB informou que terá o deputado federal Reinaldo Azambuja como candidato na Capital, aumenta-se a especulação sobre a desistência ou até mesmo o tom a ser usado pelo partido na campanha política. Muitos acreditam que o PSDB pode vir a sair da base de sustentação do Governo.

Além do PSDB, com Azambuja, a Assembleia conta com Alcides Bernal (PP), pré-candidato a prefeitura de Campo Grande como oposição, Diogo Tita (PPS), do mesmo partido de Athayde Nery (PPS), que deixa também deixa a situação em Campo Grande, e do PT, que tem como pré-candidato o deputado federal Vander Loubet. A situação tem a candidatura do deputado federal Edson Giroto (PMDB).

Hoje, durante a votação, a Assembleia contava com as ausências de Onevan de Matos (PSDB), Paulo Corrêa (PR)e Mara Caseiro (PTdoB). Jerson Domingos não pode votar por presidir a Casa. Com os quatro votos contrários do PT, três do PSDB e de Alcides Bernal, a oposição precisaria de apenas quatro “rebeldes” para votar contra o projeto. “Se o PSDB votasse junto e alguns dessem uma traidinha, daria jogo”, declarou Paulo Duarte (PT), antes de lembrar que a oposição é minoria dentro da Casa. Figuram como de sustentação, mas com uma linha mais independente na Casa, os deputados Marquinhos Trad (PMDB), Zé Teixeira (DEM) e Lauro Davi (PSB).

Ao final da confusão, o experiente deputado Londres Machado (PR), com mais de 40 anos na Assembleia, ficou surpreso com a situação e disse que nunca viu servidores pedirem para deputados votarem contra PCC. Porém, avaliou que a tendência é um acordo, para que uma comissão de deputados negocie com o Governo.

Já o líder do Governo na Assembleia disse que estar na base de sustentação traz o ônus e o bônus e cada deputado tem a liberdade de votar com a sua consciência. Junior Mochi disse ainda que não procurou saber se o atraso na votação poderá trazer prejuízos para a folha de pagamento dos servidores.

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