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Política

Propina para vereadores de Dourados vinha de empreiteira

Redação | 02/09/2010 16:06

A Operação Uragano da Polícia Federal, que investigou o esquema de corrupção em Dourados, identificou em 11 empresas as principais vertedouro de desvios de dinheiro público em Dourados, entre empreiteiras e outros fornecedores, segundo informações obtidas pelo Campo Grande News.

Um dos serviços essenciais e também problemáticos em Dourados, a coleta de lixo, também foi usado para fraudes visando a obtenção de propina , segundo a PF apurou.

As gravações registraram o pagamento de R$ 97 mil por um representante da empresa Financial para que o processo licitatório fosse conduzido de acordo com os interesses da empresa que lucrava 1,4 milhão em contratos por mês.

O dinheiro, entregue a Eleandro Passaia, mas o destino era o próprio prefeito.

A descrição das irregularidades chama a atenção, porém, ao apontar o Hospital Evangélico como um das fontes principais de dinheiro irregular para o prefeito da cidade, Ari Artuzi (PDT), usar no pagamento de mensalão aos vereadores.

Entre a gravações que embasam a investigação da PF, as relacionadas ao Hospital Evangélico - uma instituição privada que recebe recursos públicos para atendimento à população, revelam que o prefeito exigia, por mês, um repasse irregular de R$ 50 mil. Uma forma usada pelo prefeito para justificar o recebimento do valor seria o uso de notas frias para "calçar" os pagamento feito pelo hospital.

Artuzi, conforme as investigações, também recebia comissão pelas licitações para compra de medicamentos, direcionadas a fornecedores "amigos". O valor relatado nas gravações é de R$ 100 mil.

Ao falar do esquema de corrupção em Dourados, o secretário de Governo, Eleandro Passaia, responsável por fazer as gravações, afirmou que por mês, o setor de Saúde tinha desvio de R$ 2 milhões mensais. A soma fica ainda mais absurda diante da situação de dificuldade que os moradores da cidade enfrentam nos últimos anos para obter atendimento médico.

No transporte coletivo, mais irregularidade. Há entre as gravações o registro de uma conversa, no dia 16 de julho, entre o secretário de Governo e o empresário Marcelo Saccol, da empresa Medianeira, em que Saccol afirma já ter acertado com Artuzi a renovação do contrato da Medianeira com o Município, por mais 5 anos, sem licitação.

No dia 25 de junho, há o registro do pagamento pelo empresário Paulo Saccol, de R$ 20 mil, também a Passaia, para que articular a renovação do contrato.

Transporte escolar A PF também apontou que o prefeito Ari Artuzi recebia da empresa GWA Transportes, 10% do valor do contrato para prestação de serviço de transporte escolar, que somava R$ 680 mil por mês, ou seja, R$ 68 mil. Como o valor anual do contrato é de R$ 8,2 milhões, só desse contrato seriam R$ 820 mil do ano desviados para o prefeito.

Nos meses de férias, a Operação Uragano aponta uma situação ainda mais grave: a prefeitura continuava pagando a empresa e ainda exigia receber de volta 50%.

Além desses esquemas citados, cinco empreiteiras da construção civil e duas da área de tecnologia são citadas na investigação como fontes de propina, distribuída entre o prefeito, assessores e os vereadores.

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