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Política

Quem manda capangas acompanhar sessão é bandido, diz Flavio Cesar

Antonio Marques | 23/10/2015 12:39
O presidente em exercício da Câmara Municipal, Flávio César, disse esperar que a reunião de logo mais esclareça a confusão ocorrida ontem na Casa (Foto: Fenando Antunes)
O presidente em exercício da Câmara Municipal, Flávio César, disse esperar que a reunião de logo mais esclareça a confusão ocorrida ontem na Casa (Foto: Fenando Antunes)

O presidente em exercício da Câmara Municipal, Flávio César (PTdoB), não gostou nada da declaração do prefeito Alcides Bernal (PP), em que disse que “os vereadores não podem ver policiais que entram em pânico”. Conforme ele, até o momento, a Casa não tem a informação oficial de que os dois homens armados que causaram a suspensão da sessão de ontem sejam policiais.

Flávio César esclareceu que ao considerar que o episódio provocou “pânico generalizado” na Casa não foi por conta de ver policiais, mas pelo fato de que, daquele momento até agora, não obteve a confirmação se as pessoas armadas eram policiais militares, “pois eles se identificaram na recepção como sendo policiais, mas não apresentaram qualquer documento que comprovassem”, explicou ele, acrescentando que se tivesse tal informação nem teria registrado boletim de ocorrência.

Para o presidente em exercício da Câmara, até que se comprove que tais pessoas são policiais, “temos dois elementos que entraram na Casa armados, que poderiam ser considerados capangas. E quem usa capangas é bandido”, declarou Flávio César. Ele disse ter ido ao Comando da Polícia Militar para tentar comprovar tal informação e que estava aguardando resposta da corporação.

De acordo com o vereador, "se realmente o prefeito mandou esses capangas para repreender os vereadores ele estaria agindo como bandido", em vez de se preocupar com a administração da Capital, que tem enfrentado diversos problemas graves, como ruas tomadas de buracos e lixos, falta de merenda nas escolas e até questões na saúde, por conta do fechamento do Cempe (Centro Municipal Pediátrico) no centro da cidade.

Flávio César disse também que, naquele momento em que as pessoas foram identificadas portando armas, ele ficou preocupado com a segurança dos colegas, dos cerca de 150 funcionários e os presentes no Plenário, em razão do risco que estavam correndo, diante da presença de capangas armados. “A Câmara não tem medo de policiais, pelo contrário, nosso dever é auxiliar a polícia a fazer o trabalho dela”, ressaltou ele.

Para evitar que tal situação volte a acontecer na Casa, Flávio César revelou que já teria proposto projeto para reforçar as medidas de segurança de acesso ao prédio da Câmara, como um controle mais rígido das centenas de pessoas que frequentam o local diariamente. “Pensamos em colocar catracas e instalar equipamentos para garantir a melhor segurança dentro do Plenário”, contou.

Flávio César espera que a reunião de logo mais tudo fique esclarecido, se o prefeito e as duas pessoas explicarem o verdadeiro motivo de estarem na sessão portando armas. O presidente reafirmou que os vereadores têm buscado o diálogo com o chefe do Executivo, mas Bernal estaria tentando jogar os vereadores contra a população. “Nós somos a favor de dialogar, mas o prefeito está fugindo do diálogo e provocando esse tipo de situação, que achamos desnecessária”, declarou.

Para o presidente da Câmara, os parlamentares estão cumprindo o papel que lhes são atribuídos, legislar e fiscalizar o Executivo, “mas parece que o prefeito não gosta de ser fiscalizado”, afirmou Flávio César, que fez questão de esclarecer que em momento algum teve a intenção de recriminar a atuação da Polícia Militar.

A partir das 14 horas acontece a reunião entre os vereadores, o prefeito Alcides Bernal e os dois policiais militares. Na ocasião, os parlamentares querem ouvir os esclarecimentos sobre o episódio, que incendiou ainda mais a relação turbulenta entre o Legislativo e o Executivo.

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